Cardeal Filoni: Israel e Palestina têm ambos o direito de viver
Vatican News
"Não se pode pensar que Israel não tem o direito de viver, de ser, de estar. Assim como não se pode pensar que o povo palestino não tem o direito de existir, de viver. São dois direitos e, como tal, um não é superior ao outro".
Foi assim que o cardeal Fernando Filoni respondeu aos jornalistas no final da coletiva de imprensa esta terça-feira (31), realizada na Sala de Imprensa da Santa Sé, para apresentar a Consulta 2023 - a ser realizada em Roma de 6 a 11 de novembro, com foco no tema da formação - da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém (OESSH).
Papel dos cristãos, "uma ponte entre as diferentes realidades"
O grão-mestre destacou que, na área atualmente envolvida no conflito entre Israel e o Hamas, "a riqueza e a multiplicidade de grupos étnicos e culturas, que convergem em torno da mesma fé, no único Deus", são fundamentais.
Sobre o papel dos cristãos, uma minoria na Terra Santa depois dos judeus e muçulmanos, nesses conflitos, que "continuarão", ele disse que é importante ser "uma ponte entre as diferentes realidades, porque as incluímos em nossa comunidade".
É por isso que, de acordo com Filoni, a Igreja em sua posição não toma partido. "Enquanto simplesmente defendermos o meu direito, nos esquecemos do direito dos outros. Somente superando as barreiras da divisão é que poderemos sair da atual situação em que "vivemos catastrófica e dramaticamente".
Refugiados na igreja da Sagrada Família, em Gaza
Atualmente, a Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém está em contato diário, por meio do Patriarcado Latino, com a igreja da Sagrada Família, localizada a leste da Cidade de Gaza.
"Sabemos que cerca de 500 idosos e crianças encontraram refúgio nessa paróquia, pessoas que tentam escapar dos bombardeios", disse o embaixador Leonardo Visconti di Modrone, governador geral da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém, que também falou na coletiva de imprensa.
"A situação na Terra Santa não pode deixar de impactar o espírito desta Consulta", disse Visconti, explicando que nestes dias a Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém está contribuindo espontaneamente com "doações voluntárias além das comuns para aliviar, atender, as dificuldades das populações", trazendo apoio às necessidades do Patriarcado Latino de Jerusalém, que "está no local, conhece as prioridades e as necessidades mais urgentes". As doações "fluem continuamente" de todo o mundo; de fato, 40 países têm uma presença da Ordem.
Teremos que reconstruir, começar tudo de novo
"O pedido de ajuda do Patriarcado Latino diz respeito, acima de tudo, ao futuro", explicou o governador geral. Teremos que reconstruir, começar tudo de novo". A maior emergência no momento é chegar à Faixa, aos locais onde essas pessoas, cristãs e não cristãs, estão se abrigando, a fim de "levar medicamentos, alimentos, água e até mesmo diesel para os geradores". Será o Patriarcado Latino que decidirá quais projetos serão lançados.
A Consulta, um evento que ocorre a cada quatro anos, é o momento em que os mais altos cargos da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém se reúnem "para discutir e refletir sobre temas comuns que afetam a vida da Ordem em todas as suas estruturas periféricas".
A Consulta de 2023 representa uma novidade. Pela primeira vez, de fato, cerca de trinta prelados participarão como observadores. Uma escolha que quer fortalecer a "colaboração entre o elemento leigo e eclesiástico", disse Visconti. O patriarca Pierbattista Pizzaballa também falará por videoconferência na segunda-feira, 6 de novembro.
(Com AsiaNews)
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