Parolin: o Papa está se recuperando e cancelou a viagem a Dubai para evitar uma piora
Salvatore Cernuzio - Cidade do Vaticano
"O Papa está se recuperando, apenas não quis se expor a riscos, de acordo com a indicação dada pelos médicos". O cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, tranquiliza sobre o estado de saúde do Papa Francisco, que há dias sofre com uma inflamação nos pulmões, razão pela qual - a pedido dos médicos que o tratam - decidiu cancelar sua partida nesta sexta-feira, 1º de dezembro, para Dubai, onde participaria da Cop28 sobre o clima. "Acho que o Papa fez essa escolha para evitar um agravamento e para que possa se recuperar o mais rápido possível", explicou Parolin aos jornalistas, à margem de um evento na Câmara dos Deputados, onde, estava dando uma palestra sobre "O sentido das instituições na visão pedagógica de Luigi Secco", o bispo e missionário italiano que morreu em 2017.
A Santa Sé na Cop28
Parolin explica que estão sendo estudadas as "modalidades" da participação da Santa Sé no grande evento organizado pelas Nações Unidas: "Normalmente, eu participo de todos eles, começando pela Cop de Paris e todas as Cops, então acho que desta vez também irei", lembra o cardeal, "temos uma que delegação ficará durante as duas semanas inteiras de trabalho, eu, possivelmente, só participo da primeira parte do evento".
Diálogo inter-religioso e encontros bilaterais
O cardeal Miguel Ángel Ayuso Guixot, prefeito do Dicastério para o Diálogo Inter-religioso, também estará presente em Dubai: será ele, explica o secretário de Estado, "o responsável por essa parte do diálogo inter-religioso", ou seja, a assinatura de um documento previsto para o dia 3 de dezembro, por ocasião da inauguração do Pavilhão da Fé, na Expo City.
O cardeal também não escondeu seu desapontamento com as reuniões bilaterais programadas para o sábado entre o Papa e vários chefes de Estado e de governo presentes no evento. "Havia muitas personalidades políticas que pediram para ver o Papa", revelou o cardeal. "Infelizmente não será possível... Não creio que isso signifique sabe-se lá o quê, significa que foram cancelados, mas já é um bom sinal o fato de haver tantas pessoas que pediram para ver o Papa." "É uma pena que não seja possível", reiterou Parolin, explicando que, mesmo assim, serão feitos esforços para compensar a ausência de Francisco.
Política a serviço da sociedade
Por fim, o cardeal enviou uma mensagem de reconciliação às forças políticas. "Acredito", disse Parolin, "que o comentário que farei sobre o trabalho de Monsenhor Luigi Secco vai exatamente nessa direção: o compromisso das instituições em criar a paz e, acima de tudo, a educação. Trabalhar em favor da educação e das novas gerações, no sentido de colocar a política a serviço da sociedade. Portanto, a dimensão do serviço é fundamental".
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