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Dom Paul Richard Gallagher, secretário vaticano para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais Dom Paul Richard Gallagher, secretário vaticano para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais  (ANSA)

Gallagher: que as estratégias militares não se esqueçam do princípio de humanidade

O secretário vaticano para Relações com Estados e as Organizações Internacionais participa do Dia da Independência de Israel e enfatizou os apelos do Papa para a libertação dos reféns nas mãos do Hamas, com um apelo para cooperar contra o antissemitismo. Os atos anticristãos dos extremistas judeus são execráveis. Perante a “pesada resposta militar” em Gaza, esclareceu, a Santa Sé não pode permanecer “moralmente indiferente”.

Antonella Palermo – Vatican News

Por ocasião dos 76 anos da independência do Estado de Israel, dom Paul Richard Gallagher, secretário vaticano para as Relações com os Estados e as Organizações Internacionais, fez um discurso, na última quinta-feira (06/06), na Embaixada de Israel junto à Santa Sé, repercorrendo brevemente trinta anos de relações diplomáticas entre os dois Estados e reiterando a esperança de que a paz, “que é tão necessária”, possa ser alcançada em Israel “o mais rápido possível, mais cedo ou mais tarde!”.

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O terrorismo não é a solução para os conflitos

O prelado recordou “o horrível ataque terrorista de 7 de outubro passado perpetrado por Hamas e outras milícias contra o povo israelense”, no qual “centenas de pessoas, incluindo muitos judeus, foram brutalmente mortas, violentadas e barbaramente tomadas como reféns”. Ele expressou empatia e pesar pelo que aconteceu e, citando as palavras do Papa Francisco ao Corpo Diplomático em janeiro passado, reiterou: “O terrorismo não é a solução para nenhum conflito; é um ato de total desprezo pela vida humana e nenhuma motivação, muito menos política ou religiosa, pode justificá-lo”. Ele também lembrou todos os esforços feitos pelo Pontífice para pedir a libertação imediata das pessoas sequestradas, para encontrar os familiares das vítimas, bem como a carta às comunidades judaicas em Israel que, segundo Gallagher, “é única e sem precedentes”.

Não abandonar o princípio de humanidade

À luz do que Gallagher chama de “pesada resposta militar israelense em Gaza” - que desencadeou outros ataques militares contra Israel por vários atores não estatais provenientes do Líbano, do Iêmen e de outros lugares - o diplomata vaticano ressaltou que a Santa Sé, embora atendo-se aos princípios de neutralidade, não pode permanecer “moralmente indiferente” nos conflitos. O Vaticano “não fecha suas portas para ninguém e se esforça para entender as motivações e perspectivas de todos”, continuou dom Gallagher, enfatizando que “o princípio fundamental da humanidade nunca deve ser abandonado ou eclipsado por estratégias militares, caso contrário”, ressaltou, “os princípios da necessidade e da proporcionalidade são inevitavelmente comprometidos”.

Denunciar atos de extremismo judaico e antissemitismo

Em seu discurso, dom Gallagher também destacou os esforços em andamento para enfrentar as recentes preocupações da Igreja Católica em Israel, que vão desde "a atitude cada vez mais agressiva de algumas autoridades administrativas, especialmente as municipais, até à necessidade de uma maior cooperação na denúncia e prevenção dos execráveis ​​atos anticristãos cometidos por extremistas judeus". A esperança é de que as comunidades católicas em Israel possam continuar contribuindo – como parte da sociedade israelense – nos campos da educação e do bem-estar, bem como na promoção do diálogo inter-religioso e ecumênico. “Ao mesmo tempo – acrescentou o prelado – espero que os Lugares Santos voltem a acolher peregrinos de todo o mundo o mais rápido possível”. Diante do flagelo do antissemitismo, tal como o definiu o Papa Francisco, que está aumentando nos últimos meses, dom Gallagher insistiu na necessidade de erradicá-lo juntos em todas as suas formas.

Que a paz seja alcançada em Israel o mais rápido possível

Para concluir, dom Gallagher fez referência à Bula que anuncia o Jubileu de 2025, onde o Papa é claro ao pedir que coloquemos em prática ações concretas para alcançar a paz. Na véspera do momento histórico de oração de dez anos atrás, que o Papa recordará nesta sexta-feira, 7 de junho, nos Jardins Vaticanos, o prelado convidou a ter esperança: “O diálogo e a compreensão são possíveis. Há necessidade de paz e espero que chegue a Israel o mais rápido possível, mais cedo ou mais tarde!"

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07 junho 2024, 11:04