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Manifestações na Venezuela Manifestações na Venezuela  (AFP or licensors)

A Santa Sé: diálogo e participação para superar a situação na Venezuela

O Observador Permanente da Santa Sé junto à Organização dos Estados Americanos falou duranta a Sessão extraordinária sobre a Venezuela, apoiando a posição do episcopado venezuelano e a participação ativa e plena de todos os atores políticos para superar a crise gerada pelas eleições presidenciais.

Vatican News

Na Sessão extraordinária do Conselho Permanente da Organização dos Estados Americanos (OEA), realizada no dia 31 de julho em Washington, para tratar dos resultados do processo eleitoral na Venezuela, o observador permanente da Santa Sé, dom Juan Antonio Cruz Serrano, interveio para apoiar a posição do episcopado venezuelano e pediu a plena participação de todos os atores políticos para "dar testemunho da convivência democrática".

"A Santa Sé se une ao que foi expresso pela Conferência Episcopal Venezuelana em seu Comunicado, no qual constata a vocação democrática do povo venezuelano, demonstrada na participação massiva, ativa e cívica de todos os venezuelanos no processo eleitoral", disse o observador permanente da Santa Sé na OEA.

Ele também considerou "que a manifestação das diferentes posições e reivindicações deve ser realizada com as atitudes pacíficas de respeito e tolerância que prevaleceram até agora".

"A Santa Sé sustenta que somente o diálogo e a participação ativa e plena de todos os atores políticos envolvidos neste processo poderiam levar à superação da situação atual e testemunhar a convivência democrática no país", disse dom Cruz Serrano.

1.062 pessoas presas durante os protestos

O Ministério Público venezuelano informou na quarta-feira que 1.062 pessoas foram presas durante os protestos ocorridos após as eleições de 28 de julho, que deram a vitória a Nicolás Maduro, sem que até o momento tenha sido apresentada a totalidade dos registros eleitorais para comprovar isso. Por sua vez, a líder da oposição María Corina Machado pediu a seus seguidores que não caiam em provocações de violência durante as manifestações pacíficas.  

Declaração do Centro Carter

O Centro Carter, que foi convidado pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela para observar o processo eleitoral, emitiu uma declaração na qual afirma que "a eleição presidencial de 2024 na Venezuela não atendeu aos padrões internacionais de integridade eleitoral e não pode ser considerada democrática".

"O Centro Carter não pode verificar ou corroborar a autenticidade dos resultados da eleição presidencial declarados pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE). O fato de a autoridade eleitoral não ter anunciado os resultados discriminados por seção eleitoral constitui uma grave violação dos princípios eleitorais", afirmam em sua declaração.

Eles também destacam que "durante todo o processo eleitoral, as autoridades do CNE demonstraram parcialidade em favor do partido governista e contra as candidaturas da oposição".

O apelo dos bispos

Por sua vez, os bispos venezuelanos, em um novo comunicado, reiteram seu apelo para "fazer brilhar a vontade popular expressa nas urnas". Essa não é apenas uma exigência da lei venezuelana, mas também uma exigência ética. Somente dessa forma a verdade dos fatos prevalecerá, e a paz e a confiança reinarão em todos os venezuelanos". 

O episcopado "lamenta as mortes e os feridos tanto entre os manifestantes quanto entre as forças de segurança", e pede a todos os atores políticos que "abandonem a linguagem da desqualificação e do confronto que causou tantos danos". 

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01 agosto 2024, 16:16