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O arcebispo de Dili com o Pontífice durante visita às crianças com deficiência na Escola Irmãs Alma O arcebispo de Dili com o Pontífice durante visita às crianças com deficiência na Escola Irmãs Alma  (Vatican Media)

Cardeal Virgílio: Timor-Leste confirma a força na fé com presença do Papa

Um país de maioria católica e vivendo a construção de uma nação independente há duas décadas, recebeu a visita do Papa Francisco para confirmar a identidade de "sermos timorenses e sermos católicos", afirmou o cardeal Virgílio do Carmo da Silva, arcebispo de Dili. A presença do Pontífice "é para afirmar mais a nossa identidade, para dizer aos timorenses que somos: primeiro, pequeno como país, mas temos uma coisa diferente que é ser católico".

Pe. Bernardo Suate e Andressa Collet - Vatican News

A terceira etapa da viagem apostólica do Papa Francisco neste início de setembro foi vivida num ambiente caracterizado pelo cardeal Virgílio do Carmo da Silva como "uma festa da fé da Igreja católica de Timor-Leste, depois de 35 anos da primeira visita do Papa João Paulo II e, também, a primeira visita para a nossa pátria, como nação soberana", já que o país declarou independência da Indonésia em 20 de maio de 2002 com a intervenção de uma força de manutenção da paz da ONU. A própria Igreja católica local teve um papel decisivo nesse processo.

A presença histórica do Papa Francisco ao país foi acompanhada diretamente pelo arcebispo de Dili, que confirmou em entrevista a Bernardo Suate, da Rádio Vaticano-Vatican News, que o Pontífice ficou realmente comovido com o povo do Timor-Leste. E não só, declarou o purpurado, a população com maior porcentagem de católicos "comoveu o mundo inteiro, através das mídias sociais. Isso pra falar sobre a força do povo, a força da fé que está neste país jovem".

"Somos timorenses e somos católicos", reforçou o cardeal

Uma força que foi incentivada pela Igreja que, nos últimos três meses, em preparação à visita do Papa Francisco a Timor-Leste, promoveu uma formação aos fiéis, inclusive destinada a acadêmicos e líderes políticos, para compreender o lema da visita do Pontífice ao país, sobre a fé ser a própria cultura. Mesmo tendo vivido períodos de muito sofrimento e desespero quando era colônia, a mensagem da Igreja - tanto durante a visita de JP II como de Francisco - sempre foi de se manter firmes na fé. E o cardeal aprofundou:

"Nestas duas décadas de transição, nesse processo de construção de um país e de uma nova identidade como nação neste canto do mundo, a visita do Papa é para afirmar e confirmar mais a nossa identidade, para dizer aos timorenses que somos: primeiro, pequeno como país, mas temos uma coisa diferente que é ser católico. Nós não somos indonesianos e nem australianos, mas somos timorenses e temos a nossa identidade própria: somos timorenses e católicos. Essa é a mensagem que o Papa deixou aos timorenses: de enraizar mesmo esse processo da nossa identidade cultural e da crença da fé."

A mensagem do Papa às crianças e jovens de Timor

O cardeal reforçou ainda outras mensagens importantes deixadas pelo Papa ao país. Aquela muito forte aos jovens, para continuarem "sendo alegres e fazendo barulho", uma coisa "que eu também quero nos jovens", enfatizou o purpurado. E, ainda, sobre o respeito aos idosos, finalizou o arcebispo de Dili: "eu gostaria de sublinhar aos nossos jovens e crianças para continuar a desenvolver continuamente essa atitude de respeito na família, na sociedade e no país. Quanto mais cultivarmos em nossos corações essa atitude de respeitar os outros, acho que será um grande passo para o Timor fazer a diferença, que começa mesmo hoje, após a visita do Papa".

Confira a entrevista ao cardeal Virgílio na íntegra

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11 setembro 2024, 08:00