Assembleia Sinodal: uma reflexão séria que se baseia na escuta conjunta
Padre Modino - Vaticano
Como de costume, a secretária da Comissão de Comunicação, Sheila Pires, relatou o que se verificou na Sala Sinodal, no seu caso o que se vivenciou no início dos trabalhos sobre os percursos, destacando alguns elementos presentes na apresentação do Módulo pelo Relator Geral, cardeal Hollerich, e na meditação prévia do padre Radcliffe. Por sua vez, o prefeito do Dicastério para a Comunicação, Paolo Ruffini, destacou que nesta manhã de sexta-feira o trabalho foi em círculos menores, lembrando a Vigília Ecumênica que se realizará na Praça dos Protomártires Romanos esta noite, com orações locais em 80 lugares do mundo. O Papa Francisco estará presente, juntamente com delegados fraternos e representantes de várias igrejas, bem como todos os participantes da Assembleia.
Tobin, um cardeal com 7 sínodos
Os convidados deste 11 de outubro foram o arcebispo de Newark (EUA), cardeal Joseph Tobin, o bispo de Sandhurst (Austrália), dom Shane Anthony Mackinlay, e a professora italiana Giuseppina De Simone. O cardeal Tobin já participou de sete Sínodos, sendo o primeiro o Sínodo Especial para a Oceania, pouco depois de ser eleito Superior Geral dos Redentoristas.
O arcebispo de Newark apontou algumas diferenças ao longo de 26 anos de participação em sínodos. Em primeiro lugar, ele destacou a escuta, antes restrita a pequenos grupos selecionados, e agora aberta a todos, o que vale a pena. Com base na experiência de sua igreja local, com missas em 23 idiomas diferentes, ele enfatizou a importância de escutar com ouvidos diferentes. Além disso, ele considera fundamental que nesta Assembleia Sinodal seja dada muita atenção ao silêncio, à contemplação, porque em um mundo onde as palavras dominam, o silêncio é fundamental. Finalmente, o Cardeal destacou uma maior participação dos teólogos nesta Segunda Sessão.
Semeando uma palavra de esperança
Um Sínodo com um método muito significativo e revolucionário, um método que é um grande sinal de esperança, que fala de uma Igreja que age em prol do mundo, segundo Giuseppina De Simone. Para a professora italiana, a Igreja quer semear uma palavra de esperança para o mundo. Para ela, o que emerge da Assembleia é uma reflexão séria que se constrói em comum através da escuta, enfatizando, como fez o cardeal Tobin, a importância do silêncio para não buscar imediatamente uma resposta simples e superficial, o que ajuda a responder às tensões que algumas questões levantam, o que deve nos levar a não ter medo das perguntas que nascem de uma humanidade ferida, e a ser sinais de esperança diante de tanto sofrimento.
Lembrando que o Concílio Vaticano II nos ensina a olhar o mundo e a história com esperança, a deixar de lado as visões apocalípticas, a professora enfatizou a imagem das mesas sinodais como maravilhosa, uma vez que todos estão sentados ao redor delas, todo o povo de Deus, a humanidade, mostrando uma imagem que nasce da união, círculos menores em que não prevalece a opinião de ninguém, com a presença de teólogos nas mesas, que ajudam a reflexão teológica a entrar em diálogo, em uma reflexão que nasce da escuta. Trata-se de conhecimento técnico, mas sem perder a relação com a vida, de estar juntos a partir de diferentes papéis e origens, mas unidos pela escuta para alcançar um pensamento comum, relações que devem estar presentes na vida cotidiana, de acordo com De Simone.
Sala Sinodal, um espaço de muita energia
Para o bispo de Sandhurst, o caminho sinodal na Austrália tem muitos pontos em comum com o que está acontecendo na Assembleia Sinodal. O bispo disse que, na preparação, foram construídas estruturas úteis, que foram projetadas com base no exercício da autoridade, algo que é solidificado pela participação de todos os tipos de pessoas nos processos sinodais. Para o bispo Mackinlay, a Sala Paulo VI é “um espaço que me dá muita energia”, destacando o papel proeminente da conversa no Espírito, abordando uma ampla variedade de temas comuns. De acordo com o bispo, a Assembleia Sinodal toma decisões importantes, abordando questões de diversas perspectivas culturais.
A Segunda Sessão da Assembleia Sinodal fez progressos, pois há uma maior familiaridade com as pessoas, os processos e os objetivos. Isso se deve ao fato de que “muito trabalho foi feito nos últimos 12 meses”, disse dom Mackinlay. Um Sínodo para alcançar uma participação mais sinodal na missão, com maior corresponsabilidade, com processos de discernimento comunitário e conversação espiritual mais eficazes, nos quais há apoio mútuo e maior corresponsabilidade durante o discernimento nos círculos menores. A partir daí, ele destacou que “estamos tentando tomar decisões, estamos explorando diferentes caminhos”, para os quais o Módulo sobre os percursos que estão sendo trabalhados nestes dias é de grande importância.
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