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2024.12.07 Concerto dei Poveri -Zimmer

"Concerto com os Pobres": na Sala Paulo VI, a música se transforma em esperança

Três mil pobres e carentes foram recebidos no Vaticano para a 5ª edição do evento musical que combinou arte e solidariedade. Este ano, o palco foi iluminado pelas harmonias do compositor vencedor do Oscar, Hans Zimmer, que tocou algumas de suas obras mais famosas. “É importante olhar nos olhos dos desafortunados e tratá-los como irmãos”, disse o artista.

Damiano Caprio e Gianmarco Murroni - Vatican News

Rostos fascinados, extasiados, às vezes surpreendidos pela magia da música que transforma notas em emoção, em uma Sala Paulo VI que se torna um templo de solidariedade, arte e beleza. Esses são os rostos das 3 mil pessoas necessitadas recebidas no Vaticano, na tarde de 7 de dezembro, para o "Concerto com os Pobres": pessoas vulneráveis que encontraram conforto na mensagem de esperança e caridade transmitida pelos artistas no palco.

A mesma esperança à qual o Papa Francisco dedicou o Jubileu que será inaugurado em 24 de dezembro. A 5ª edição do Concerto com os Pobres - patrocinada pelo Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, pelo Dicastério para o Serviço da Caridade - Esmolaria Apostólica, pelo Dicastério para a Cultura e a Educação e pelo Pontifício Instituto de Música Sacra - foi uma experiência de arte e cultura. No final do concerto, um jantar completo e outros itens de conforto foram distribuídos aos pobres.

Harmonia Sinodal

Nascido em 2015 a partir da ideia de Riccardo Rossi e Gualtiero Ventura, com a direção artística do compositor e maestro monsenhor Marco Frisina, o "Concerto com os Pobres" recebeu a bênção do Papa Francisco desde sua primeira edição, que por ocasião do encontro com os promotores e artistas do evento, ocorrido na manhã de sábado (07/12), chamou a noite de “um bonito momento para compartilhar com tantos de nossos irmãos e irmãs a beleza da música que une os corações e eleva o espírito”. “Este 'Concerto com os Pobres' é um bonito sinal de harmonia sinodal”, explicou o Pontífice, ”especialmente porque acontece em comunhão com nossos irmãos e irmãs mais frágeis, convidados a fazer parte desta maravilhosa sinfonia de amor que é o Evangelho. Esses nossos amigos, nesta noite, poderão assistir ao concerto da melhor maneira possível, como protagonistas”. Música que se torna, portanto, sinal de esperança, que é “o que propõe também o próximo Jubileu: gerar sinais de esperança, a partir da fonte de amor que é o Coração de Jesus”.

A riqueza da doação

O momento mais aguardado foi a entrada no palco do compositor vencedor do Oscar, Hans Zimmer, que emocionou as 8 mil pessoas presentes na Sala Paulo VI com algumas de suas peças mais famosas, trilhas sonoras de filmes como “Gladiador”, “Piratas do Caribe” e “Pearl Harbor”. “A importância desse concerto é simplesmente mostrar uma luz sobre algo que, de alguma forma, está escondido na escuridão, escondido pelo desinteresse humano diante do sofrimento das pessoas”, explicou Zimmer antes do evento. É importante olhar nos olhos dos pobres e tratá-los como irmãos”, continuou o artista, "é a beleza de devolver aos outros o que a vida nos dá". Zimmer também refletiu sobre a importância da arte e da música na solidariedade: “temos o dever de usar o poder que vem da criatividade. É nisso que somos bons: compor uma música, fazer um filme, escrever um livro, fazer algo que estimule um pouco as pessoas e as emocione. A verdadeira riqueza é a capacidade de compartilhar e doar”.

A música como um instrumento de amor

Zimmer também foi acompanhado no palco pelo maestro Dario Vero, pela violoncelista Tina Guo e pelo maestro monsenhor Marco Frisina, que apresentou algumas das peças que ele compôs para filmes com temas religiosos, acompanhado pela Orquestra Nova Opera, composta por 75 músicos de toda a Europa, bem como pelos 250 membros do Coro da Diocese de Roma, que está comemorando o aniversário de 40 anos em 2024. A apresentação do evento foi feita pela atriz Serena Autieri, que também interpretou, como solista, duas peças do maestro Frisina. “Este é um concerto no qual não se coleta apenas dinheiro para os pobres, mas se vive um momento de música e caridade junto com eles”, explicou monsenhor Frisina. ”Os pobres são os protagonistas, mas também os primeiros beneficiários. Acho que isso é importante para poder dar a esses irmãos e irmãs não apenas pão, para poder atender às suas necessidades mais imediatas, mas também para dar a eles algo que vá ao seu coração, à sua mente, à sua alma, dando-lhes o máximo possível. Um presente duplo: a música é um instrumento de amor, acolhimento e consolo”.

O cuidado da criação

Música, solidariedade, mas também cuidado com a criação: para a ocasião, o "Concerto com os Pobres" recebeu duas novas obras do artista de rua sul-americano Carlos Atoche, criadas em colaboração com a Airlite e a Yourban 2030, para trazer a criatividade da arte urbana transformando a solidariedade em uma mensagem de esperança e responsabilidade compartilhada em relação ao planeta. A primeira obra é inspirada na encíclica Laudato si': a pintura sobre tela 'The Common Home', que retrata o Papa Francisco cercado por uma natureza exuberante, com árvores e flores como símbolos de renascimento e harmonia, foi doada ao Santo Padre durante a audiência concedida aos artistas e organizadores do evento; a segunda obra, 'Contemplaciòn', foi criada especificamente para receber os convidados do concerto, ampliando a mensagem universal de inclusão e proteção ambiental. As duas obras foram feitas com tintas fotocatalíticas e purificadoras de ar, para testemunhar a urgência da regeneração urbana por meio da arte e da sustentabilidade.

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08 dezembro 2024, 08:00