Busca

Cookie Policy
The portal Vatican News uses technical or similar cookies to make navigation easier and guarantee the use of the services. Furthermore, technical and analysis cookies from third parties may be used. If you want to know more click here. By closing this banner you consent to the use of cookies.
I AGREE
Allegro molto
Programação Podcast
"O Evangelho não é apenas uma comunicação de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera fatos e muda a vida". "O Evangelho não é apenas uma comunicação de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera fatos e muda a vida".  (ANSA)

Esperança não é apenas informativa, mas performativa

"A esperança nos sustenta nas dificuldades, nos dá força para perseverar e nos mantém firmes na certeza de que Deus está conosco. O Concílio Vaticano II abordou a esperança cristã como uma virtude que define o caráter escatológico dos fiéis da Igreja, nossa caminhada para a eternidade, sem prescindir das obrigatoriedades das ações do cotidiano."

Jackson Erpen - Cidade do Vaticano

Ouça e compartilhe

Na Bula de Proclamação do Jubileu Ordinário de 2025, somos convidados não só a “beber a esperança na graça de Deus”, mas também a “descobri-la nos sinais dos tempos, que o Senhor oferece”. Como afirma o Concílio Vaticano II, «é dever da Igreja investigar a todo o momento os sinais dos tempos, e interpretá-los à luz do Evangelho; para que assim possa responder, de modo adaptado em cada geração, às eternas perguntas dos homens acerca do sentido da vida presente e da futura, e da relação entre ambas». 

Por isso, para não cair na tentação de nos considerarmos subjugados pelo mal e pela violência, é necessário prestar atenção a tanto bem que existe no mundo. Porém, os sinais dos tempos, que contêm o anélito do coração humano, carecido da presença salvífica de Deus, pedem para ser transformados em sinais de esperança.

“Esperança não é apenas informativa, mas performativa”, é o tema da reflexão do Pe. Gerson Schmidt*:

 

O Jubileu da Esperança não é apenas um evento litúrgico, mas um chamado à conversão profunda. É uma peregrinação, uma caminhada, uma dinâmica de conversão e salvação proposta para todo o cristão nesse Ano Jubilar. Inspirado no tema “A esperança não confunde” (cf. Rm 5,5), este Ano Santo nos convida a refletir sobre a essência da esperança cristã: uma confiança inabalável no amor de Deus, que nunca falha. A esperança é uma virtude teologal que nos conecta ao futuro, mas que também transforma o presente. A verdadeira esperança cristã não aguarda o futuro escatológico de braços cruzados, mas o prepara com atitudes concretas no hoje da história.

A esperança nos sustenta nas dificuldades, nos dá força para perseverar e nos mantém firmes na certeza de que Deus está conosco. O Concílio Vaticano II abordou a esperança cristã como uma virtude que define o caráter escatológico dos fiéis da Igreja, nossa caminhada para a eternidade, sem prescindir das obrigatoriedades das ações do cotidiano. O Concílio também apresentou a Igreja como uma comunidade aberta, que partilha a condição humana. A esperança cristã é a virtude que nasce da fé nas promessas divinas. Ela fortalece a confiança na graça de Deus, mesmo em momentos de adversidade. Nas intempéries da vida, a esperança não desanima.

Papa Francisco tem refletido sempre em seu Pontificado a virtude da esperança. Não cansa de falar em suas mensagens que “não deixem que lhes roubem a esperança”. Ele mesmo proclama o ano Jubilar que tem como tema a esperança cristã. O Papa Bento XVI dedicou, no seu pontificado, a reflexão das três virtudes teologais em três pequenos documentos: A Carta Apostólica Porta Fidei – falando da fé; as Cartas Encíclicas Spe Salvi – falando da virtude da Esperança e Deus caritas est – apontando a virtude da caridade. Como estamos refletindo a Esperança, nesse Ano Santo Jubilar, importa aqui recuperar alguns pensamentos da Encíclica Spe Salvi, refletindo sobre a esperança.

O Papa Bento XVI inicia sua encíclica, dizendo assim: “SPE SALVI facti sumus» – é na esperança que fomos salvos - diz São Paulo aos Romanos e a nós também (Rm 8,24). A «redenção», a salvação, segundo a fé cristã, não é um simples dado de fato. A redenção é-nos oferecida no sentido que nos foi dada a esperança, uma esperança fidedigna, graças à qual podemos enfrentar o nosso tempo presente: o presente, ainda que custoso, pode ser vivido e aceite, se levar a uma meta e se pudermos estar seguros desta meta, se esta meta for tão grande que justifique a canseira do caminho”( Spe S,1). Bento XVI, na sequência, afirma que a fé e a esperança caminham juntas, e diz que a fé é a esperança. Assim, a Carta aos Hebreus liga estreitamente a «plenitude da fé» (10,22) com a « imutável profissão da esperança » (10,23). Paulo lembra aos Efésios que, antes do seu encontro com Cristo, estavam « sem esperança e sem Deus no mundo » (Ef 2,12). Naturalmente, recorda Bento XVI, que Paulo sabe que eles tinham seguido deuses, que tiveram uma religião, mas os seus deuses revelaram-se discutíveis e, dos seus mitos contraditórios, não emanava qualquer esperança. Apesar de terem deuses, estavam « sem Deus » e, consequentemente, achavam-se num mundo tenebroso, perante um futuro obscuro.

Recorda a Encíclica Spe Salvi que São Paulo também diz aos Tessalonicenses assim: não deveis « entristecer-vos como os outros que não têm esperança » (1Ts 4,13). Aparece aqui também como elemento distintivo dos cristãos o fato de estes terem um futuro: não é que conheçam em detalhe o que os espera. Mas cada um de nós sabe em termos gerais que a sua vida não acaba no vazio, no caos geral, no vácuo sem sentido. Somente quando o futuro é certo como realidade positiva, é que se torna vivível também o presente. Sendo assim, podemos agora dizer: o cristianismo não era apenas uma « boa nova », ou seja, uma comunicação de conteúdos até então ignorados. Em linguagem atual, dizemos assim: a mensagem cristã não era só « informativa », mas « performativa ». Significa isto que o Evangelho não é apenas uma comunicação de realidades que se podem saber, mas uma comunicação que gera fatos e muda a vida. A porta tenebrosa do tempo, do futuro, foi aberta de par em par. Quem tem esperança, vive diversamente; foi-lhe dada uma vida nova. Vamos repetir o disse Bento XVI: A mensagem da esperança cristã da salvação não é apenas informativa, mas performativa. Ou seja, transforma a pessoa, sabendo a realidade futura."

*Padre Gerson Schmidt foi ordenado em 2 de janeiro de 1993, em Estrela (RS). Além da Filosofia e Teologia, também é graduado em Jornalismo e é Mestre em Comunicação pela FAMECOS/PUCRS.

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

17 março 2025, 08:35
<Ant
Março 2025
SegTerQuaQuiSexSábDom
     12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930
31      
Prox>
Abril 2025
SegTerQuaQuiSexSábDom
 123456
78910111213
14151617181920
21222324252627
282930