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João Paulo II na JMJ de 1991 na Polônia João Paulo II na JMJ de 1991 na Polônia 

João Paulo II e a JMJ: intuição que devolveu confiança aos jovens, diz dom Boccardo

Vinte anos após a morte de Karol Wojtyła, o arcebispo de Spoleto-Norcia, dom Renato Boccardo, colaborador do Papa polonês na organização das Jornadas Mundiais da Juventude, relembra o carinho e a atenção do Pontífice para com as novas gerações, juntamente com o legado deixado por esses encontros que tocaram pessoas em todo o mundo: “ps jovens sentiram que ele olhava para eles com tanta expectativa e esperança, e tentaram responder”.

Delphine Allaire - Vatican News

A criação da Jornada Mundial da Juventude em 1984 certamente continua sendo uma das marcas registradas do pontificado de João Paulo II, cujo aniversário de 20 anos da sua morte foi recordado nesta semana (2 de abril). Uma intuição, a da JMJ, que tocou milhões de jovens em todo o mundo ao longo dos anos. À mídia vaticana, dom Renato Boccardo, arcebispo de Spoleto-Norcia, responsável pela organização das Jornadas Mundiais da Juventude de 1992 a 2001, conta o carinho que o Papa polonês tinha pelos jovens e como esses encontros continuam a influenciar as novas gerações.

Vinte anos após a morte de João Paulo II, qual é o legado que ele deixou com a JMJ?

Essa atenção privilegiada às novas gerações nasceu da experiência pastoral como jovem sacerdote que o Pe. Karol Wojtyła teve na Polônia na década de 1940. Ele dizia que a Igreja não pode estar ausente no momento da juventude, quando são feitas escolhas fundamentais que darão cor e sabor a toda a vida. Por isso, ele quis inventar a JMJ para aproximar a Igreja do mundo dos jovens. Daí nasceu um caminho que continua até hoje, mesmo que o contexto tenha mudado completamente. Esses encontros continuam a enfatizar a proximidade e a responsabilidade da comunidade cristã com relação à educação na vida e na fé das gerações mais jovens.

Como a JMJ foi uma visão profética de que o mundo ainda precisa hoje?

Acho que nosso mundo, talvez no Ocidente mais do que em outras regiões, está passando por um momento de cansaço e talvez de decepção. Ter uma sacudida pode ajudar. Pense nas Jornadas Mundiais da Juventude, que atraem centenas de milhares de jovens. A questão claramente não é a quantidade de participantes, mas o entusiasmo e a alegria que emana desses encontros e a capacidade de fazer escolhas significativas para a vida. Gosto de pensar que essas jornadas são como injeções de vida, frescor e novidade, em um mundo que precisa se renovar continuamente e encontrar as razões da própria esperança.

Qual era a relação pessoal de João Paulo II com os jovens?

Ao concluir a JMJ de 2000, Wojtyła citou, no palco de Tor Vergata, um provérbio polonês: “se você estiver com os jovens, permanece jovem”. Acho que ele sempre quis privilegiar em seu ministério, em seus gestos, em suas atitudes, essa proximidade com o universo dos jovens. Ele queria investir neles para que pudessem assumir responsabilidades significativas na sociedade e na Igreja. Preparando justamente a Jornada Mundial da Juventude de 2000, ele disse: vocês, jovens cristãos de hoje, estão no final deste milênio e são chamados a levar o Evangelho para os primeiros anos do novo milênio. Foi um grande gesto de confiança e também uma atribuição de responsabilidade e um desafio. Os jovens sentiram que o Papa estava olhando para eles com grande expectativa e esperança e tentaram responder.

Gostaria então de contar uma história. Durante a Jornada Mundial da Juventude em Denver, EUA, em 1993, o Papa chegou e houve uma grande festa de boas-vindas em um estádio. Em um determinado momento, ele parou e olhou atentamente para a multidão de jovens que cantavam e aplaudiam, e era possível ver que ele estava muito emocionado. Os telões o enquadraram em primeiro plano e era possível ver que ele tinha lágrimas nos olhos. No dia seguinte, os jornais americanos noticiaram sua chegada e um jovem americano entrevistado disse: “eu vi o Papa com lágrimas nos olhos. Michael Jackson nunca chorou por mim”. Os jovens sentiram que eram importantes para João Paulo II. Ele os amava e confiava neles, e foi isso que os tocou.

Como o Papa Francisco abraçou esse legado, continuando o impulso em direção aos jovens?

Eu diria que certamente os jovens de 2025 vivem em um contexto muito diferente daquele das décadas de 1980 e 1990. Mas a intuição das Jornadas Mundiais da Juventude continua a mesma e Francisco a relança continuamente, mesmo com aquelas “provocações” que ele sabe fazer quando fala aos jovens. Pensemos nas JMJs que ele presidiu nestes anos de seu pontificado. Sempre houve um diálogo direto e até mesmo um estímulo contínuo, como, por exemplo, quando ele fala sobre os jovens sentados no sofá ou na janela. É a mesma mensagem que João Paulo II propôs: assumam suas responsabilidades, ocupem um lugar significativo, se forem capazes de encontrar o Senhor e deixar que Ele os encontre, vocês darão uma contribuição significativa para o bem da humanidade. O Papa Francisco continua a repetir a mesma mensagem.

A próxima edição será realizada em Seul, na Coreia do Sul. De acordo com o senhor, que vivenciou a JMJ de Manila em 1995, a primeira na Ásia, o que João Paulo II pensaria dessa escolha?

Wojtyła, na JMJ de Manila, disse que o continente asiático é o continente do terceiro milênio. Se o cristianismo se desenvolveu durante o segundo milênio na Europa e na África, no terceiro será na Ásia. Por que então não ver uma conexão entre Manila e Seul? Com a mesma intuição, a mesma percepção, de que a Ásia poderia ser o continente do futuro. Penso também na viagem de Paulo VI à Ásia, que também foi a primeira. Há uma atenção renovada, um gesto de confiança. A Ásia pode, de fato, ser o continente cristão do terceiro milênio.

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04 abril 2025, 13:13
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