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Kyiv holds religious procession supporting POWs

Ucrânia: a Via-Sacra em Kiev de ex-prisioneiros e mutilados de guerra

Dom Visvaldas Kulbokas, núncio apostólico na Ucrânia, compartilhou com o Vatican News o profundo sentido dessa iniciativa ecumênica: “o choro pela guerra unido ao choro de Jesus. Essa foi a oração que fizemos para pedir a paz, a libertação de todos os prisioneiros e o conforto para as suas famílias”.

Svitlana Dukhovych - Vatican News

A “Via-Sacra para os prisioneiros e para o retorno da paz à Ucrânia”. Com esse título, o rito comovente que recorda o doloroso percurso de Jesus a caminho da crucificação foi realizado na noite da últim sexta-feira (11/04) em frente à catedral de Santa Sofia, na capital ucraniana. A oração, que teve uma conotação ecumênica, contou com a presença de ex-prisioneiros de guerra, feridos e parentes de soldados desaparecidos. O rito foi presidido pelo núncio apostólico, o arcebispo Visvaldas Kulbokas, que falou à mídia do Vaticano sobre o significado dessa iniciativa.

A iniciativa da Via-Sacra partiu do “Movimento Internacional das Mulheres pelos Valores da Família”.
A iniciativa da Via-Sacra partiu do “Movimento Internacional das Mulheres pelos Valores da Família”.   (ANSA)

Arcebispo, como surgiu esse momento de oração e qual foi o significado neste momento histórico?

Foi uma iniciativa muito comovente, organizada pelo “Movimento Internacional das Mulheres pelos Valores da Família”. Quase toda família neste período de guerra tem uma pessoa morta ou um prisioneiro de guerra ou um ex-prisioneiro ou uma pessoa ferida ou alguém que está no campo de batalha. Portanto, a maioria das famílias, mesmo que não tenha procurado por isso, se viu dentro da guerra. Esse movimento organizou uma Via-Sacra ecumênica, que para mim foi um momento lindo. Além de bonito, também foi significativo porque, em torno da antiga catedral de Santa Sofia, em Kiev, que é o santuário nacional da Ucrânia, reuniram-se representantes de várias igrejas: greco-católicos, católicos romanos, padres das igrejas ortodoxas, protestantes, representantes de outras igrejas. Esse evento reuniu pessoas que queriam acompanhar mães e esposas que estão sofrendo com a perda de entes queridos que caíram no campo de batalha ou que têm feridos e prisioneiros de guerra em suas famílias. Portanto, todas elas eram pessoas que queriam começar a Semana Santa com Jesus em oração, unindo sua própria experiência, sua própria dor à de Jesus, o Redentor, e, além disso, unindo suas orações de forma ecumênica.

O que significou para o senhor presidir essa oração?

“Para mim, já tinha sido emocionante saber que essa iniciativa existia, mas quando ela se tornou realidade, fui às lágrimas porque os textos de todas as estações da Via-Sacra foram lidos por pessoas que vivem em sua própria pele uma experiência que as une ao sofrimento de Jesus.”

Por exemplo, durante a primeira estação, a da condenação, carregando a cruz e lendo a reflexão, estava um ex-prisioneiro de guerra, mutilado de uma perna e de um braço. Na segunda estação, quando Jesus toma a cruz, o texto e a reflexão foram lidos pela esposa de um ex-prisioneiro, porque para toda esposa, toda mãe, é um sofrimento, uma cruz. A estação da morte de Jesus foi lida por um médico militar, que frequentemente vê os mortos de guerra no front. Nesse sentido, pensei em meu coração que quando temos experiências desse tipo em nossas vidas que já são muito semelhantes à paixão de Jesus, e então unimos nossa experiência à de Jesus, ou pelo menos tentamos uni-la em oração, para mim é o melhor. Portanto, esse aspecto humano e espiritual - ambos unidos - foi realmente algo que me fez chorar. Acho que raramente vemos uma Via-Sacra quando aqueles que leem o texto, e de fato não apenas aqueles que leem, mas todos os que participam, e havia mais de cem, acho que talvez 200-300 pessoas, todos os que participam de uma Via-Sacra choram. Portanto, esse choro pela guerra foi combinado com o choro de Jesus. E essa foi a oração que fizemos juntos para pedir paz, para pedir a libertação de todos os prisioneiros e para que suas famílias fossem consoladas.

O que significa para as pessoas que sofreram tanto participar do sofrimento de Jesus?

Unir, por meio da fé, a própria experiência e chorar junto com Jesus. Acho que a experiência pessoal em tais casos ajuda a entender, pelo menos em parte, a paixão de Jesus. Muitos místicos dizem isso, e há muitos testemunhos de pessoas doentes nesse sentido. Mas, além disso, quando experimentamos o sofrimento em nossa pele, por meio da fé, isso se torna uma graça. Outro aspecto é que ali, naquele momento, não há necessidade de esperar que outra pessoa necessariamente me compreenda ou esteja comigo, porque sou eu quem vive a cruz, a cruz está comigo. Naquele momento, estou com Deus. Isso é graça.

Que reflexão o senhor faz sobre o fato de que este ano todas as confissões entraram juntas na Semana Santa e celebram a Páscoa no mesmo dia?

O fato de que este ano a Páscoa, de acordo com os dois principais calendários - gregoriano e juliano - cai na mesma data, facilitou-nos imensamente. É uma alegria para mim, e posso ver isso no rosto de muitos de meus irmãos católicos e também de meus irmãos ortodoxos e protestantes. É uma alegria vivenciar a Páscoa juntos. E, de fato, durante a oração da Via-Sacra, além das intenções sobre os prisioneiros e a paz, eu também tinha esta intenção em meu coração: eu também estava rezando pelo Papa Francisco e para que o Senhor nos concedesse a graça de encontrar uma maneira de unificar a celebração da Páscoa em todas as Igrejas e comunidades cristãs o mais rápido possível.

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14 abril 2025, 12:54
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