Busca

Cookie Policy
The portal Vatican News uses technical or similar cookies to make navigation easier and guarantee the use of the services. Furthermore, technical and analysis cookies from third parties may be used. If you want to know more click here. By closing this banner you consent to the use of cookies.
I AGREE
Noticiário
Programação Podcast
Papa Francisco celebra na Basílica de São Pedro Papa Francisco celebra na Basílica de São Pedro 

O verdadeiro sentido do sacrifício da Santa Missa

A missa não é apenas sacrifício, mas também banquete, festa, uma celebração que é memorial, refeição alegre, festiva e atual da Páscoa de Jesus Cristo.

Jackson Erpen – Cidade do Vaticano

Vamos continuar a dedicar o nosso espaço Memória Histórica – 50 anos do Concílio Vaticano II ao tema da reforma litúrgica trazida pelo evento conciliar.

Nessa reforma do Concílio, percebemos 10 aspectos de renovação, a partir da constituição dogmática Sacrosanctum Concilium. Aqui neste nosso espaço já tratamos sobre  “O valor da Assembleia Litúrgica”, “O uso da língua vernácula” e “A importância das duas espécies eucarísticas – Pão e vinho”.

No programa de hoje, padre Gerson Schmidt, incardinado na Arquidiocese de Porto Alegre, nos traz uma reflexão sobre “O verdadeiro sentido do sacrifício da Santa Missa”:

“Queremos hoje falar de um 4° aspecto da Reforma Litúrgica proposta pelo Concilio Vaticano II – o novo sentido do ofertório na Missa. A constituição Sacrosanctum Concilium afirma que Jesus instituiu o sacrifício da Santa Missa, a fim de perpetuar nos séculos, até a sua volta, o sacrifício da cruz [1].

Por isso, o “sacrifício dos cristãos não pretende completar o sacrifício da cruz, porém, torná-lo presente, atualizá-lo, desenvolver no hic et nunc a sua dimensão interna” [2].

Entenda-se bem aqui o termo sacrifício, não como oferta penitencial meramente humana para merecer a misericórdia de Deus, mas como sacrifício verdadeiramente propiciatório de Cristo que se imola, da mesma forma como se ofereceu na cruz, uma vez por todas, que agora é oferecido e atualizado pelo ministério do sacerdote que preside o mistério [3].

Na história da controvérsia luterana, fora questionado a compreensão da Santa Missa como sacrifício, haja vista tantas ofertas votivas e exageradas dos fiéis.

O Concílio de Trento, e posteriormente com o movimento da reforma litúrgica que fomentou o Concílio Vaticano II, veio a definir com mais clareza essa realidade: ...diante das negações e distorções a respeito da eucaristia, o Concílio tridentino afirmou claramente que “a missa é verdadeiro sacrifício” e que “este carácter sacrifical, que não coincide simplesmente como a refeição como tal, mas é antes uma realidade particular, não contradiz de modo algum a unicidade do sacrifício redentor de Cristo; pelo contrário, sacrifício da cruz e sacrifício da missa são, em certo sentido, um único sacrifício [4].

A palavra sacrifício, referendada à Santa Missa, portanto, precisa ser bem entendida. Na religião pagã, a palavra é traduzida por “sacrum facere”, ou seja, fazer o sagrado. A missa, sabemos não é apenas sacrifício, mas também banquete, festa, uma celebração que é memorial, refeição alegre, festiva e atual da Páscoa de Jesus Cristo.

Assim, a Eucaristia seria muito mais um “sacrificium laudis”, um louvor e uma rica Ação de Graças (do grego, eukaristós) pela vitória de Cristo sobre a morte – e também nossas mortes. O sacrifício da cruz tem razão de ser em vista da Ressurreição, da festiva passagem (Pessach) da morte para a vida.  

O caráter sacrifical da missa, demasiadamente penitencial, foi acentuado por uma época na Igreja. Aqui usamos o termo “sacrifício”, usado também pelo Papa João XXIII, não em sentido absoluto, mas como um dos aspectos do Mistério de Cristo, em sua oferta na cruz como sacrifício único e total. São Cipriano afirma: “e uma vez que, em todos os sacrifícios, nós fazemos a memória da paixão de Cristo – é de fato a paixão de Cristo que nós oferecemos – nós não podemos fazer diferente do que Ele fez” (Carta, 63,17).

Por isso, a Eucaristia não é um sacrifício do fiel a Deus, mas de Deus ao fiel. Precisamos tirar a ideia pagã do sacrifício que seria oferecido para aplacar a ira de Deus, como os antigos holocaustos e sacrifícios pagãos. Como aponta a Constituição Dogmática Lumen Gentium: “todas as vezes que se celebra no altar o sacrifício da cruz, pela qual Cristo, nossa páscoa, foi imolado, atualiza-se a obra da redenção” (LG  03)".

__________________________

O verdadeiro sentido do sacrifício da Santa Missa

[1] SC, 47.

[2] BETZ, J. Em Mysterium Salutis 8. In: Dicionário de Liturgia, Organizado por Dominico Sartore e Achille M. Triancca, Paulus, SP, 1992, p. 1078.

[3] DS 1743. In: Dicionário de Liturgia, Organizado por Dominico Sartore e Achille M. Triancca, Paulus, SP, 1992, p. 1077..

[4] Idem, p.1077-1078. 

Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui

19 dezembro 2017, 17:36
<Ant
Março 2025
SegTerQuaQuiSexSábDom
     12
3456789
10111213141516
17181920212223
24252627282930
31      
Prox>
Abril 2025
SegTerQuaQuiSexSábDom
 123456
78910111213
14151617181920
21222324252627
282930