Moçambique: Morreu líder da Renamo, Afonso Dhlakama
Hermínio José - Maputo
Morreu nesta quinta-feira, 3 de maio, em Sofala, centro de Moçambique, o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, presidente do maior partido da oposição no país. A notícia sobre morte súbita de Afonso Dhlakama, ao final da tarde desta quinta-feira, foi acolhida com dor e consternação por vários segmentos da sociedade moçambicana e da comunidade internacional.
Nesta sexta-feira, pela manhã, a Sede da Renamo, na cidade de Maputo, estava repleta de pessoas que incrédulas, pretendiam obter algumas informações sobre a morte de Afonso Dhlakama que acolheu a todos de surpresa.
Em declarações ao Vatican News em Maputo, o Chefe Nacional Adjunto da Mobilização no Partido Renamo, Domingos Gundana, afirmou que a perda de um líder como Afonso Dhlakama, é irreparável não só para a Renamo, como também para todo Moçambique.
"Afonso Dhlakama foi mais do que líder de um partido"
Domingos Gundana, afiançou que Afonso Dlhakama era mais do que líder de um partido em Moçambique. Ele foi líder de um povo, povo este que afluía em massa aos seus comícios políticos um pouco por todo o país.
Ainda de acordo com a nossa fonte, a Comissão Política da Renamo, o órgão mais alto nível do partido, vai reunir nas próximas horas, para definir os passos a serem dados correlação as exéquias de Afonso Dhlakama, nomeadamente, a data, local e hora do funeral.
A Renamo apela à paz e serenidade
A Renamo, através do Chefe Nacional Adjunto para a Mobilização, apela à serenidade, tranquilidade e paz aos moçambicanos. "Nada de violência nem agitação". Este apelo se estende aos moçambicanos na diáspora.
"Estou muito deprimido", Presidente da República, Filipe Nyusi
Entretanto, o Presidente da República reagiu à morte de Afonso Dhlakama. Falando à nação, Filipe Nyusi disse que soube que o líder da Renamo esteve em agonia. No entanto, ninguém lhe deu tempo para ajudar quem considera seu irmão.
“É um momento muito mau, principalmente para mim. Estávamos a resolver os problemas deste país. Esforcei-me para transferir o meu irmão para fora do país, mas não consegui. Estou muito deprimido. Não me deram tempo… não me informaram que ele estava mal há uma semana. Disseram há um dia”, disse o Chefe do Estado.
Um líder de congregava fidelidade e lealdade
Por seu turno, o académico moçambicano Lourenço do Rosário descreve Dhlakama como um líder político-militar, que congregava fidelidade, lealdade e, ao mesmo tempo, obediência, quer dos políticos quer dos militares e defende que esta característica pode ser fundamental para a eleição de novas lideranças. “Os passos dentro da Renamo têm que congregar esses consensos”.
Importa salientar que os restos mortais do líder da Renamo, Afonso Dhlakama, que morreu nesta quinta-feira, chegaram ao Hospital Central da Beira, por volta das 04 horas locais, desta sexta-feira, via terreste, vindos da região de Santungira no distrito de Gorongosa, onde ele residia desde finais de 2015 e de onde orientava o seu partido política e militarmente.
Afonso Dhlakama morreu numa altura em que estava quase em fase conclusiva do diálogo para a reconciliação no país, com o Presidente da República, Filipe Nyusi. O líder da Renamo andava com a saúde debilitada nos últimos meses, facto que contribuiu para a sua morte, apesar da tentativa de evacua-lo para uma assistência médica condigna fora das matas de Gorongosa.
Refira-se que Afonso Dhlakama nasceu em 1953 na região de Mangunde no distrito de Chibabava em Sofala e foi um dos fundadores da Renamo em 1976, depois de ter desertado da Frelimo. Dhlakama tornou-se presidente da Renamo após a morte do primeiro líder, André Matsangaissa num combate na serra da Gorongosa.
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