São Tomé e Príncipe: Difícil acordo entre Polícia Judiciária e Ministério Público.
Melba A. De Ceita – Rádio Jubilar, São Tomé e Príncipe
Tudo começou com a detenção do ex-Ministro das Finanças, o actual assessor do Presidente da República para as questões económica e financeiras, Américo Ramos, e o ex-Ministro das Infra-estruturas, Recursos Naturais e Ambiente, Carlos Vila Nova, a pedido do executivo junto da Polícia Judiciária.
O objectivo desta queixa apresentada tem a ver com dois casos de alegada corrupção financeira, nomeadamente o crédito de 30 milhões de dólares contraído em nome do Estado Santomense à Empresa “China International Fund” e também, o crédito de 17 milhões de dólares que Américo Ramos assinou com o “fundo Kwaitiano”, cujo valor nunca entrou em São Tomé e Príncipe.
Detidos encaminhados ao Ministério público
Depois das investigações feitas pelos Agentes da Polícia Judiciária os dois detidos foram encaminhados ao Ministério público que culminou com a prisão preventiva do Américo Ramos. Quanto ao Calos Vila Nova foi apresentada a sua imunidade parlamentar que o ajudou a estar livre das acusações.
Não gostando da forma como foi investigado o caso por parte da Polícia Judiária o Procurador Geral da República, Kelve Carvalho, numa conferência de imprensa, através de um comunicado, condenou a acção dizendo que vai usar as suas prerrogativas para o controlo e restabelecimento da legalidade.
Insatisfação da Directora da Polícia Judiciária
A Directora da Polícia Judiciária, Maribel Rocha, apresentou a sua insatisfação no que toca as declarações proferidas pelo Procurador Geral da República não reconhecendo o esforço feito pelos Agentes da Polícia Judiciária. Prosseguindo Maribel Rocha garantiu que foram forjadas as provas para libertar o ex-Ministro das Infra-estruturas, Recursos Naturais e Ambiente, por alegada imunidade parlamentar existente.
Lamentando a situação, aquela responsável diz que “neste termo a Polícia Judiciária repudia as declarações ameaçadoras do Procurador com tamanha irresponsabilidade que afectam necessariamente a estreita colaboração funcional que deve existir entre o Ministério Publico e a Polícia Judiciaria no cumprimento da sua missão de prevenção, investigação e combate à criminalidade”.
Declarações irresponsáveis e sensacionalistas
Maribel Rocha chega mais longe dizendo que as declarações do Procurador Geral da República foram feitas de forma irreflectida, irresponsável e sensacionalista, desautorizando a Instituição que dirige, que tem por prioridade lutar contra a criminalidade, corrupção, branqueamento de capitais.
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