Bispos de Moçambique preparam-se para acolher o Papa Francisco

Cidade do Vaticano

Na altura em que se aproxima a viagem do Papa Francisco a Moçambique, a CEM publicou uma mensagem pastoral no passado dia 30 de maio, em que expressa a sua grande impaciência por receber o Santo Padre. O lema escolhido para a visita apostólica do Santo Padre é "Esperança, paz e reconciliação", dizem os Bispos na mensagem, e o pronunciamento destas palavras pelo Santo Padre “encontrará um grande eco nos corações de todos nós, pois nos animará a superar com vigor os traumas  causados pelas trágicas devastações  dos ciclones tropicais Idai e Kenneth, como a encarar com fé e esperança o fim dos momentos de turbulência que têm afectado o norte da Província de Cabo Delgado”.

Um mês depois dos ciclones, as Igrejas ainda se mobilizam

Os Bispos fazem deste modo referência directa aos ataques armados que têm ensanguentado a parte norte da Província de Cabo Delgado, nos últimos meses, bem como à devastação dos ciclones que recentemente atingiram a costa moçambicana. O ciclone Idai, em particular, matou mais de 600 pessoas em março último tendo causado milhares de refugiados, enquanto que o número de mortes pelo ciclone Kenneth foi mais contido, apesar da enorme destruição de infra-estruturas.

Preparação espiritual à visita do Papa

"Para que a vinda do Santo Padre seja um momento de graça, precisamos, todos, de nos prepararmos espiritualmente”, lê-se ainda na mensagem. Assim, em julho e agosto serão organizados momentos especiais de intensa oração nas diferentes dioceses do País. E acrescentam os Bispos: “para o efeito, nas nossas Paróquias e Comunidades, criemos momentos de estudo e reflexão à volta do lema da visita papal, bem como momentos de oração, pedindo ao Senhor que, através da visita do Santo Padre, nos alcance a graça da paz e da reconciliação”.

“Que Nossa Senhora da Imaculada Conceição, Padroeira de Moçambique, interceda por nós e nos assista em todos os trabalhos de preparação desta visita”, se lê na conclusão da mensagem.

Beira continua a tratar de suas feridas

No terreno, as marcas dos ciclones ainda são muito visíveis, especialmente na cidade da Beira, a mais afectada. Dom Cláudio Dalla Zuanna, Arcebispo da Beira, sublinhou recentemente em entrevista ao Vatican News que muitas casas ainda não têm telhado e que os trabalhos de reconstrução ainda não começaram em algumas áreas periféricas da cidade. Segundo o Prelado, as duas emergências ainda dizem respeito à ajuda alimentar e ao re-alojamento das pessoas afectadas pela catástrofe. O trabalho de reconstrução é lento e deverá ser concluído antes da próxima estação das chuvas, que começará no início de novembro.

No que diz respeito à visita do Papa Francisco ao País, o Arcebispo da Beira espera que o Santo Padre possa efectuar uma etapa na sua cidade, a cerca de 1000 quilómetros da capital Maputo. O programa da visita do Papa será comunicado nas próximas semanas - (Agência Fides).