Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi e Presidente da Renamo Ossufo Momade Presidente da República de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi e Presidente da Renamo Ossufo Momade 

Presidente Nyusi e Ossufo Momade assinam acordo de paz em Agosto

Moçambique deverá ter um acordo de paz definitivo até à primeira semana de agosto. Esta foi, pelo menos, a intenção expressa recentemente pelo Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi e o Líder da RENAMO (maior partido da oposição no País), Ossufo Momade.

Hermínio José – Maputo, Moçambique

"O mais tardar no início de agosto, a cessação definitiva ou o acordo de paz definitivo tem de ser celebrado. Se assim for, até às eleições (marcadas para 15 de outubro) a população saberá que a paz definitiva foi celebrada e há-de ser um grande momento. Foi um encontro fraternal", disse Nyusi no final do encontro, havido entre as duas partes.

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Tal como o Presidente moçambicano, também o líder da oposição quer selar a paz definitiva ainda antes da votação. "Gostaríamos que, em agosto, pudéssemos ter o acordo de cessar-fogo", referiu Momade e, nesse sentido, o encontro em Chimoio, foi "muito importante para o País e para o mundo".

"Vamos realizar eleições sem que tenhamos as forças da RENAMO nas matas. Vamos desmobilizar e outra parte vai para a Polícia da República de Moçambique (PRM)", acrescentou o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO).

DDR: Desarmamento, Desmobilização e Reintegração

Desde a assinatura de um memorando de entendimento, em agosto do ano passado, o Governo enquadrou em lugares de comando e de chefia das Forças Armadas um total de 14 oficiais da RENAMO e dez oficiais deverão ser integrados em postos da Polícia.

Entretanto, em maio findo, as bancadas da FRELIMO e da RENAMO no Parlamento voltaram a trocar acusações pelo atraso no processo de desarmamento, desmobilização e reintegração dos homens armados do maior partido da oposição. A RENAMO exige a presença dos seus quadros no Serviço de Informação e Segurança do Estado e nas academias militares, o que não tem tido resposta por parte do Executivo moçambicano.

Apesar das divergências, o Chefe de Estado moçambicano, Filipe Nyusi, sublinhou que, este de junho,  deverá ser o mês do arranque operacional do processo de desarmamento e reintegração dos guerrilheiros da RENAMO. E para se assinar o acordo de paz definitivo no país, todas as armas devem ter sido entregues.

Nyusi e Momade ponderam novo encontro de concertação

O Presidente da República admitiu que ainda este mês ou no próximo haja novo encontro de concertação. Nyusi e Momade discutiram ainda a necessidade de angariar apoios, de um lado e outro, para a organização de uma Conferência de Doadores para suportar os custos do processo de reintegração dos guerrilheiros da RENAMO.

No entanto, no enquadramento de Ossufo Momade no final do processo, depois de assinada a paz, é outro assunto a discutir, lembrou Filipe Nysui. O Chefe de Estado considera que o líder da RENAMO não pode continuar a viver "na Gorongosa, no mato, toda a vida: tem de sair", referindo-se ao refúgio do líder da oposição, junto dos guerrilheiros.

Refira-se que Moçambique realiza eleições gerais a 15 de outubro deste ano. Os moçambicanos vão eleger os membros do Parlamento, o Presidente - com Filipe Nyusi e Ossufo Momade como candidatos - e, pela primeira vez, os governadores provinciais, que deixam de ser nomeados pelo poder central.

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17 junho 2019, 12:10