Artistas afro-italianas não querem papeis estereotipados
Dulce Araújo - Cidade do Vaticano
Maria do Céu Barros de Sousa sonha poder dedicar-se completamente às artes cénicas e de representação. Formada em Línguas e Literaturas Modernas em Itália, já deu a volta a vários países para ter uma visão das diferentes formas de estar nessas artes. De momento, por motivos de trabalho – é assistente de bordo – não pode dedicar-se ao teatro, virando o olhar mais para o cinema, onde participou já, por exemplo, na curta-metragem de sucesso “Il Giorno più Bello “ di Valter d’Errico. E tem outros projectos pela frente. O seu desejo é “dar o salto de qualidade”. E não quer ficar pelos papeis estereotipados que se tende a atribuir às mulheres negras no cinema italiano.
E é para sensibilizar neste sentido que fundou, juntamente com outras actrizes afro-italianas, o grupo “Bianco, Nero e a Colori” (Branco, Preto, a Cores). Estiveram em Cannes para chamar a atenção, a nível mais amplo, para este problema e, mais recentemente, o grupo participou na 5ª edição do RAFF, “Romafrica Film Festival” - que teve lugar de 11 a 14 de Julho na capital italiana - com uma mesa redonda sobre o tema: “A multiculturalidade no feminino é hoje possível em Itália?”. É que a questão não diz respeito apenas a afrodescendentes, mas também a indianas, filipinas, etc. Todas querem ser avaliadas antes de mais pelo seu profissionalismo, pelo seu talento, e não pela origem étnica ou a cor da pele.
Numa entrevista ao programa “África em Clave Feminina: Música e Arte”, Maria do Céu Barros de Sousa tornou-nos partícipes da sua identidade, anseios e aspirações no mundo das artes, para o qual olha com esperança…
Ouça aqui alguns extractos da conversa na rubrica “África. Vozes Femininas”
Ouça “África em Clave Feminina, Música e Arte” …
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