Angola - avaliação e monotorização da pobreza
Anastácio Sassaembele - Luanda
O contexto de paz que actualmente se vive em Angola tem permitido mais estudos e investigações sobre a pobreza que caracteriza este país e que afecta grande parte da sua população, bem como a compreensão sobre o modo como as categorias sociais mais vulneráveis à pobreza enfrentam o seu quotidiano. É nesse contexto que se insere e adquire importância a noção de modo de vida da pobreza.
Lançados na Capital angolana, Luanda, os relatórios sobre monitoria social e avaliação participativa da pobreza referente ao ano de 2018, numa promoção da Diocese de Ondjiva (Cunene) e o Conselho de Igrejas Cristãs em Angola avançam que a falta de proximidade dos serviços de saúde coloca em perigo a vida de muitas famílias nas aldeias do país.
A estes problemas junta – se o mau estado das vias de comunicação que segundo o representante da Comissão Diocesana de Justiça e Paz da diocese de Ondjiva, o padre Valdmir David pode agudizar o sofrimento das populações do Cunene que enfrentam nos últimos tempos a problemática da seca.
“O povo do Cuenene vive essencialmente da agricultura familiar e da criação do Gado, sem chuva regular, a agricultura fica comprometida e o gado morre por falta de pasto”, acrescentou o sacerdote.
Estes factores, que afectam de forma diferente cada uma das pessoas, levaram à identificação e caracterização das categorias sociais que em Angola encontram - se mais vulneráveis à pobreza, nomeadamente pequenos agricultores e camponeses, analfabetos, desempregados, crianças de rua e sem-abrigo, desmobilizados das forças armadas fora da caixa social, Famílias monoparentais e deficientes físicos.
Cada uma das pessoas que se insere numa destas categorias sociais enfrenta situações de carência, privação e marginalização, condições que posteriormente os conduzem a uma situação de exclusão social.
O director da assistência social e de desenvolvimento do CICA confirmou o momento difícil por que passam as famílias por causa da longevidade dos serviços de saúde. João Bongue exortou para a implementação urgente de vários serviços junto das comunidades.
E a Secretaria de Estado do Ministério angolano da Justiça e dos Direitos Humanos, Ana Celeste reconheceu haver ainda problemas na aplicação da justiça, sobretudo nas comunidades rurais onde a “justiça tradicional” impera, e em alguns casos os crimes graves estão a ser resolvidos, simplesmente com o pagamento de multas convertidas em bens, o facto preocupa a governante.
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