2020.01.14 Capo Verde - Vera Duarte - scrittrice, giurista, difensore diritti umani 2020.01.14 Capo Verde - Vera Duarte - scrittrice, giurista, difensore diritti umani 

"A minha criação é Direitos Humanos envolto em poesia" - V. Duarte

Poeta, romancista, cronista, ensaísta, a cabo-verdiana, Vera Duarte, com onze obras publicadas e diversos prémios já ganhos, entre os quais o Prémio Tchicaya U Tam'si de Poesia Africana, considera que os pronunciamentos do Papa Francisco acerca dos direitos e da dignidade da mulher elevam a um patamar muito mais alto a luta de décadas das activistas desses direitos.

Dulce Araújo - Cidade do Vaticano 

Uma das importantes figuras femininas da literatura em Cabo Verde é, sem dúvida alguma, Vera Duarte. Em 2018 fez 25 anos que enveredou por esse caminho com o livro de poemas "Amanhã Amadrugada", seguido de "O Arquipélago da Paixão" que, juntamente com publicações esparsas, lhe valeram em 2001 o Prémio Tchicaya U Tam'si de Poesia Africana.  Hoje já tem também romances.

Juíza Desembargadora, já reformada, Vera Duarte tem-se debruçado também sobre a questão dos direitos humanos. Aliás, tem sabido aliar majestosamente os seus dotes de escrita, de activista da causa feminina, de defensora dos direitos humanos com os mais nobres valores da Humanidade em que acredita: liberdade, justiça, dignidade, combate ao racismo, igualdade…

À Vera Duarte, o Programa Português (África) da Rádio Vaticano dedicou o seu programa semanal de quinta-feira, 9/1/2020 “África em clave feminina: música e arte” e, dessa emissão, retomou alguns excertos, nomeadamente o retrato bio-literário que dela traça o editor Filinto Elísio (Rosa de Porcelana Editora), e as palavras dela própria acerca dos pronunciamentos do Papa Francisco em relação à mulher.

Oiça aqui Africa. Vozes Femininas

Também pode aqui ouvir na íntegra a entrevista da Vera Duarte em que aborda outros temas como o fio condutor das suas obras ao longos deste seu percurso literário; a sua incursão na literatura por aspectos antes apanágio apenas de escritores; a relação no domínio das artes e, portanto, também da literatura, entre Cabo Verde e a África continental que, a seu ver, é muito escassa e para cujo incremento ela torce. Aliás, recordou que vai participar de uma obra a sair proximamente no Quénia - “Contemporary Poetry Africa 2020” - e faz vénia a tudo o que pode aproximar mais estas duas realidades. Fala ainda do entrelaço que estabelece entre literatura e direitos humanos, afirmando que constituem para ela, respectivamente, a primeira e a segunda pele; do longo caminho que a mulher tem ainda a percorrer para, não obstante as etapas já conquistadas, entrar plenamente no cânone literário; da complexidade que o tema da emancipação feminina vai assumindo e a árdua tarefa a levar avante para desenraizar, sobretudo do ponto de vista de comportamentos sociais, atitudes assumidas pelas sociedades ao longo de séculos; e ainda o facto de as mulheres que lutam desde há décadas pela conquista dos direitos da mulher no mundo, terem agora no Papa Francisco um “aliado de dimensão extraordinária.”

Oiça a entrevista na íntegra

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14 janeiro 2020, 13:21