Angola. Consórcio de Jornalistas acusa Isabel dos Santos de transferência ilícita de fundos
Anastácio Sasembele – Luanda, Angola
É o caso mais documentado de investigação que está a ser feito há oito meses denominada ‘Luanda Leaks’ a empresária Isabel dos Santos, filha do antigo Presidente da República de Angola, José Eduardo dos Santos, tida como a mulher mais rica de África.
Reagindo às acusações, a empresária afirmou que a investigação do Consórcio de Jornalistas de Investigação sobre o seu império financeiro e económico baseia-se em “documentos e informações falsos”. Isabel fala também em racismo e ataque político em coordenação com o governo angolano liderado pelo presidente João Lourenço.
Maior investigação jornalística aos negócios de Isabel dos Santos
O caso 'Luanda Leaks' já está a ser considerado como a maior investigação jornalística alguma vez feita aos negócios da empresária angolana Isabel dos Santos, filha do antigo Presidente da República José Eduardo dos Santos, que governou o país durante quase 40 anos.
Isabel dos Santos, entre 2016 e 2017, esteve à frente da Sonangol, a maior empresa pública do país, considerada como o pulmão da economia nacional.
Sob exame cerca de 715 mil documentos
O Consórcio Internacional de Jornalismo de Investigação (ICIJ), composto por mais de 120 jornalistas dos maiores órgãos de comunicação social de todo o mundo, num total de 36, incluindo o Jornal Expresso e a Televisão SIC, teve acesso a 715 mil documentos, muitos dos quais secretos, que detalham alegados esquemas financeiros de Isabel dos Santos e do marido, Sindika Dokolo, e que estarão na origem da riqueza da família. A empresária não vem a Angola desde 2018.
Isabel dos Santos abandonou o País no dia da notificação
O Procurador-Geral da República de Angola, Hélder Pitta Grós, disse ser muito estranho que Isabel dos Santos, tenha abandonado o país no mesmo dia em que recebeu a notificação do Ministério Público. A gentileza é da portuguesa SIC NOTICIAS.
A empresária Isabel dos Santos até aqui não respondeu a três notificações do Ministério Público, que tinham que ver supostos delitos penais que terão sido cometidos por ela, enquanto PCA da Sonangol. Hélder Pitta Grós, Procurador-Geral da República, diz mais.
Duas décadas de acordos pouco escrupulosos
Nos Luanda Leaks, a investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação expõem duas décadas de acordos que considera pouco escrupulosos e que terão tornado Isabel dos Santos a mulher mais rica de África e terão feito de Angola um país rico em diamantes e petróleo, num dos países mais pobres do mundo.
O caso mais documentado pelo consórcio, tem a ver com uma alegada transferência no valor de 115 milhões de dólares de uma conta da Sonangol, depositada no Eurobic, para uma empresa offshore no Dubai, realizada dias depois de ter sido exonerada pelo Presidente João Lourenço, que sucedeu ao seu pai no poder.
Entretanto, o Jurista e analista Ecclesia, Carlos Veiga, durante a análise de imprensa, desta segunda-feira (20/2020), disse que há nomes de angolanos que podem vir a ser revelados.
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