Angola. Bispo de Lwena: “Corruptos devem assumir responsabilidade de seus actos”
Anastácio Sasembele – Luanda, Angola
“Não precisamos ofender, mas exigir que estas pessoas acusadas de desviarem os fundos públicos possam restituir e assumir a responsabilidade dos seus actos”, o apelo é de D. Jesús Tirso Blanco, bispo da diocese do Lwena.
Estes apelos surgem numa altura em que as autoridades judiciais angolanas apertam o cerco a todos aqueles que de forma ilícita se apoderaram do bem público para benefícios próprios.
“Não precisamos ofender, mas vamos mostrar o mal que fizeram e fazer com que paguem o que retiraram do povo”, realçou D. Tirso.
A Procuradoria-geral da República de Angola apreendeu segunda-feira (17/02), em Luanda, no âmbito da Lei sobre o Repatriamento Coercivo e Perda Alargado de Bens e da Lei Reguladora das Revistas, Buscas e Apreensões, os edifícios CIF Luanda One e CIF Luanda Two, imponentes edifícios, “arranha-céus”, localizados numa das zonas nobres da capital angolana.
Estas apreensões surgem no âmbito de um processo que já culminou com a apreensão de mais de mil imóveis nas centralidades do Zango Zero e Kilamba, também em Luanda, construídos com fundos públicos que estavam em posse de entidades particulares.
D. Jesús Tirso Blanco, que falava aos fiéis da sua diocese, apelou as pessoas a exigirem mais os seus direitos, neste novo contexto político de abertura democrática que o país atravessa, de modo a que se construa uma sociedade mais justa e alegre.
“Vamos reclamar por aquilo que não corresponde com os anseios da maioria, de tal forma que a nossa sociedade viva bem, porque não é possível alguém ficar com aquilo que é de todos”, concluiu o pastor da diocese do Lwena.
O combate à corrupção, que está a ser promovido pelo Executivo liderado pelo presidente João Lourenço é para muitos uma importante alavanca na moralização da sociedade, na gestão rigorosa do património público e na observância das leis do país, e o objectivo segundo o plano de governo do titular do poder executivo é o de melhorar a prestação de serviços públicos, através da inibição de práticas indecorosas, como a corrupção, em instituições públicas como hospitais, escolas, administrações e outros sectores do Estado.
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