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Nigéria – Dom Badejo: stop ao comércio de armas em África

“Se se deseja realmente um mundo melhor e se quer ajudar a África, então é preciso acabar com a venda de armas” – esta é uma das passagens-chave da entrevista concedida por D. Emmanuel Adetoyese Badejo, Bispo de Oyo, na Nigéria, à agencia informativa da Conferencia Episcopal regional da África Ocidental – RECOWA/CEREAO

Isabella Piro/Dulce Araújo – Cidade do Vaticano

Para se chegar à paz e, por conseguinte, a um mundo melhor  - frisa o prelado – é necessário saber com exactidão quem está por detrás do comécio de armas e quem ganha em promover a insegurança a nível do continente e a nível global. “Por todo o lado há guerras e conflitos – sublinha D. Badejo – há também uma mão escondida que beneficia disto e das situações de crise”.  Daí o apelo do prelado, de modo particular, às “potências mundiais” que produzem e vendem armas, a fazerem “um exame de consciência” e a porem termo a este tipo de comércio que “parece não ter fim”.

“Já é tempo de o mundo ouvir  porque, afinal de contas, se as coisas vão mal em África, isto tem repercussões no mundo inteiro” – sublinha D. Badejo, segundo o qual basta pensar na questão das migrações, muitas vezes provocada “pelas guerras em acto no continente africano”. Com efeito – diz - os conflitos destroem territórios inteiros, obrigando, deste modo, as jovens gerações a a irem em direcção da Europa à procura de uma vida melhor. Tudo isto é terrível, exclama o Bispo de Oyo.

Olhando também para os problemas específicos da Nigéria, desde há tempos, palco de violências perpetradas pelos insurgidos de Boko Haram, pelos pastores fulas e por criminosos que raptam pessoas para obter dinheiro, D. Badejo apela a todos aqueles que podem pôr termo a esta dramática situação a agirem:

“É responsabilidade moral de todos agir de algum modo, porque onde quer que seja que a vida esteja em perigo é importante que todos aqueles que têm a capacidade de pôr a isso, o façam.”

D. Badejo recomenda aos líderes nacionais da Nigéria a estarem atentos às ajudas que chegam doutros países, porque muitas vezes podem esconder intenções de destruir a Nigéria e o continente africano, em proveito de outrem.

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16 março 2020, 13:19