“Floresta Laudato sì” vai ganhando vida em pleno deserto do Namibe, sul de Angola
Anastácio Sasembele – Luanda, Angola
Dois anos depois da sua implantação pelos Bispos da CEAST, numa das áreas do extenso deserto do Namibe, a “Floresta Laudato Si”, vai ganhando vida, apesar das adversidades próprias de áreas desérticas, aliadas a praticas de má fé perpetradas por alguns jovens e crianças que por inocência ou não procuram interromper o curso de crescimento de mais de 700 árvores plantadas neste lugar.
A Floresta Laudato Si surge em resposta aos apelos do Papa Francisco que na sua Encíclica (Laudato Sì – louvado seja) critica o consumo e o desenvolvimento irresponsável e alerta à mudança e a unificação global para combater a degradação ambiental e as alterações climáticas.
Em março de 2018 os bispos da CEAST reunidos na diocese do Namibe decidiram colocar uma “cintura verde” com cerca de 50 árvores, num espaço desértico, acto que se seguiu com outros grupos e movimentos apostólicos, bem como entidades anónimas que abraçaram a causa.
Passados dois anos desde a sua implantação a nossa reportagem percorreu mais de 1000 quilómetros, isto de Luanda ao Namibe, e constatou que das 50 árvores plantadas, hoje a floresta já conta com mais de 700 árvores com pelo menos três metros de altura.
O padre Marcolino Chimo coordenador do projecto disse a Rádio Vaticano que apesar da floresta ser já uma realidade a mesma apresenta inúmeros desafios que passam pela rega e por sabotagens do sistema de bombagem da água recentemente vandalizado por pessoas de má fé.
“Outra dificuldade prende-se com a actual situação da pandemia da Covid-19 que reduziu o número de voluntários que diariamente protegiam e regavam a floresta”, acrescentou o sacerdote.
“Que tipo de mundo queremos deixar a quem vai suceder-nos, às crianças que estão a crescer?” Esta interrogação é o âmago da Laudato sì, a Encíclica ecológica do Papa Francisco, publicada a 24 de maio de 2015.
Para o padre Marcolino Chimo a Floresta Laudato Si é mais um oxigénio para a vida das comunidades ameaçadas pela progressão do vasto deserto da África meridional, localizado no Namibe, sul de Angola e a norte da República da Namíbia.
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