Campanha contra despigmentação da pele na Guiné-Bissau
Dulce Araújo – Cidade do Vaticano
É da Califórnia, nos Estados Unidos, que Arthemiza Mendonça nos fala. Encontra-se ali a fazer um Mestrado em Políticas Públicas e Desenvolvimento local, ao mesmo tempo que trabalha em consultoria de imagem para empresas ou indivíduos. Antes viveu vários anos no Brasil, onde cursou jornalismo com especialização em Televisão, Cinema, e Mídias digitais. Ali trabalhou também por nove anos como modelo fotográfico e de passerelle, reminiscência da sua aptidão pela moda manifestada já na Guiné-Bissau aos doze anos de idade.
Longe, mas com o país no coração
Embora estando longe, Arthemiza permanece ligada à sua terra natal e preocupada com algumas das suas mazelas, especialmente com a falta de autoestima da parte de mulheres que se despigmentam a pele, um fenómeno que surgiu em finais dos anos 90 no país e que está a alargar-se também a homens. Por isso, ela se sentiu na obrigação de fazer alguma coisa para travar isso:
"Amo a minha pele e não vou mudar"
Autoestima é a palavra chave para Arthemiza, pois branquear a pela é, a seu ver, sinónimo de falta de amor próprio. O fenómeno do branqueamento que afeta vários países africanos, não poupa, portanto, a Guiné-Bissau. E para além do mais, é prejudicial para a saúde, podendo provocar cancro de pele. Então, pelo segundo ano consecutivo, Arthemiza mobiliza as pessoas em volta de uma Campanha de informação, debate e sensibilização contra isso. A Campanha começa neste dia 5 de fevereiro e prolonga-se por cinco dias – diz ela, ilustrando a forma como se deu conta do fenómeno.
Articulação da Campanha
É nesta esteira que nasce, portanto, a Campanha “Amo a minha pele e não vou mudar” articulado em vários pontos para fazer entender as consequências da despigmentação da pele:
A de 2021 é a segunda edição da Campanha que já na primeira teve um sucesso inesperado de adesão – afirma a organizadora e ideadora:
INSERTO 4
Continuar enquanto o fenómeno não desaparecer
O caminho está aberto e enquanto o fenómeno não for desenraizado, Arthemiza Mendonça garante que não vai parar:
Trabalhar em rede
O branqueamento voluntário da pele mediante a aplicação de determinados cremes, é um fenómeno que afeta desde há anos diversos países africanos e envolve várias pessoas e meios no seu combate. Arthemiza está agora em contacto com algumas dessas pessoas, incluindo a filha de uma mãe que faleceu devido a essa prática.
Acompanhar no fb e no instagram
A Campanha “Amo a minha pele e não vou mudar” pode ser seguida a partir deste dia 5 de Março ao longo de cinco dias, nas paginas fb e instagram a Arthemiza Mendonça
www.facebook.com/mizamendoncafashion/
a partir das 17.30 horas da Guiné-Bissau e Portugal, 19.30 na Itália e 10.00 horas da manhã nos Estados Unidos.
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado, assine a nossa newsletter clicando aqui e se inscreva no nosso canal do WhatsApp acessando aqui