África. AIS próxima dos Países mais afectados pelo extremismo religioso no Continente
Cidade do Vaticano
Nos últimos anos, os Cristãos em África têm sido alvo de ataques sem precedentes por parte de extremistas islâmicos. E é por isso que a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), a Fundação Pontifícia que apóia os Cristãos perseguidos no mundo, aprovou a destinação de mais de 9,5 milhões de dólares para uma nova campanha em favor das vítimas e para promover a coexistência pacífica.
Uma missão crucial
Conhecida por “Curar as feridas do extremismo religioso em África”, a campanha apoia uma série de iniciativas e programas que visam mitigar “o sofrimento das pessoas e permitir que experimentem um pouco de esperança na Páscoa”, explicou o Dr. Thomas Heine-Geldern, presidente executivo da AIS. “A própria Igreja Católica em África é muitas vezes uma das vítimas, mas acima de tudo, ela é uma importante fonte de apoio, reconciliação e cura para todos os que sofrem violência. Por esta razão, a AIS considera que a ajuda que presta à Igreja do ‘continente dos mártires’ é uma das suas missões mais cruciais, agora mais do que nunca ”, afirma o Dr. Heine-Geldern.
Promover diálogo inter-religioso
Uma das principais prioridades da missão da Igreja Africana é a promoção do diálogo inter-religioso para promover a compreensão e a fraternidade de todas as partes. No Mali, por exemplo, País predominantemente islâmico, a AIS está ajudando o Instituto de Formação Islamo-Cristã a construir uma nova casa na capital, Bamako, para tornar os cursos inter-religiosos acessíveis a mais estudantes.
Curar as feridas
Mas a verdadeira paz também requer curar as feridas do trauma vivido pelas vítimas do terrorismo islâmico. Para ajudar na sua reabilitação, a AIS está a patrocinar vários projectos focalizados na formação espiritual e psicológica. Um desses projectos está tendo lugar na diocese de Maiduguri, na Nigéria, onde o grupo terrorista islâmico Boko Haram deixou duas mil viúvas traumatizadas e vários milhares de órfãos. A AIS ajudou a criar um centro de formação de terapeutas de traumas para ajudar as vítimas.
Financiar retiros espirituais e cursos de formação para sacerdotes e religiosos
Ajuda à Igreja que Sofre também fornece fundos para retiros espirituais e cursos de formação para sacerdotes e religiosos, para ajudá-los a viver a sua vocação em condições perigosas. A Fundação pontifícia patrocina seminários regulares para sacerdotes e religiosos em Países como o Burkina Faso (onde nos últimos anos dezenas de milhares de pessoas foram deslocadas por ataques islâmicos e muitos cristãos foram mortos), mas também nos Camarões, Nigéria e na República Centro-africana.
Além disso, a AIS ajuda sacerdotes e religiosos a ganharem a sua subsistência e oferece-lhes meios de transporte para poderem realizar o seu trabalho de assistência às vítimas da violência islâmica. 26 religiosas da Diocese de Pemba, na província moçambicana de Cabo Delgado, devastada pela guerra, beneficiaram deste tipo de ajuda.
Apoio na reconstrução de igrejas
Por fim, a Fundação católica tem ajudado na reconstrução de igrejas e infraestruturas religiosas danificadas por grupos islâmicos. Por exemplo, no Níger, outro País predominantemente islâmico, foram concedidos fundos para reconstruir uma igreja paroquial na cidade de Zinder, destruída em 2015 por retaliação à publicação de cartuns retratando o Profeta Maomé pela revista francesa “Charlie Hebdo ”.
12 países africanos na "lista vermelha" do relatório da AIS sobre liberdade religiosa
Segundo o Relatório da Ajuda à Igreja que Sofre de 2021 sobre Liberdade Religiosa no Mundo, publicado na semana passada, a África inclui 12 dos 26 Países que figuram na categoria vermelha, o que denota a existência de perseguição. São eles: Mali, Nigéria, Burkina Faso, Camarões, Níger, Chade, República Democrática do Congo, Eritreia, Moçambique, Gibuti, Somália e Líbia.
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