Costa do Marfim. Bispos pedem clemência para detidos em prisão preventiva
Cidade do Vaticano
O apelo foi lançado no dia 11 de abril, Domingo da Divina Misericórdia, e também Dia Nacional dos Presos. Saudando “todos os esforços, as iniciativas e as acções recentemente realizadas no País pelas autoridades políticas e religiosas para a pacificação social”, com uma mensagem a Igreja Católica pede, no entanto, a todas as partes envolvidas para que “enfrentem as condições de vida nos cárceres e estabelecimentos prisionais”, na maior parte dos quais “se sofre de preocupante sobrelotação”.
Além disso, esta difícil situação, sublinha a mensagem, infelizmente se generalizou em todo o País, devido às numerosas crises políticas que levam a detenções e condenações. Com efeito, a 31 de outubro de 2020 realizaram-se as eleições presidenciais, precedidas e seguidas de tensões e confrontos violentos que causaram dezenas de mortos e feridos, bem como consideráveis danos materiais. Mas nos últimos vinte anos, a Costa do Marfim também viu dois conflitos civis, entre 2002 e 2003 e entre 2010 e 2011.
Dignidade humana deve ser preservada
Um caso emblemático, continua a Comissão Episcopal, é o da "Casa de detenção de Abidjan, cuja capacidade original é de 2 mil reclusos mas que, ao invés, já conta com mais de 7 mil". Situações semelhantes se encontram nas prisões de Daloa, Man, Soubré e Bondoukou, com o resultado de "minar gravemente a dignidade da pessoa humana, que pelo contrário deve ser preservada em todos os momentos e em todas as circunstâncias".
Faltam estruturas de formação e aprendizagem nas prisões
E não só: a Igreja Católica de Abidjan sublinha que em quase todas as prisões nacionais “faltam estruturas de formação e aprendizagem, para ajudar os reclusos a reintegrar-se na sociedade depois da sua libertação”. Como “parceira espiritual e social do Estado”, portanto, a Igreja deseja “participar mais em actividades que criem condições de vida digna para os nossos irmãos e irmãs na prisão”.
Conversão e arrependimento para os presos
E dirigindo-se, em seguida, aos próprios presos, os Bispos os exortam "à conversão e ao arrependimento", seguindo o exemplo do "filho pródigo, que tomou consciência do seu pecado e voltou para casa de seu pai, livre do ódio e do espírito de vingança, e alimentado pela virtude do amor e do perdão”. Ao mesmo tempo, os prelados pedem misericórdia “aos irmãos e irmãs a quem os actos criminosos dos prisioneiros causaram dor”. Por fim, a Comissão Episcopal de Justiça, Paz e Meio Ambiente sublinha a urgência pastoral de que cada cidadão do País se livre das "prisões espirituais e psicológicas" da vingança, da violência e do orgulho que "envenenam a vida social e política" de toda a nação.
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