Guiné-Bissau. Estado de calamidade após aumento de casos e vítimas de Covid-19
Casimiro Jorge Cajucam – Rádio Sol Mansi, Guiné-Bissau
O estado de calamidade, decretado, estabelece medidas excepcionais, temporárias e restritivas de alguns direitos, liberdades e garantias e as regras de funcionamento de serviços públicos e privados, no âmbito da prevenção e combate à pandemia”, porém não impõe restrições à liberdade de circulação de pessoas, mas mantém o uso obrigatório de máscara para circular na via pública e para entrar em estabelecimentos públicos e comerciais e andar nos transportes públicos.
O Governo guineense tinha diminuído o nível de prevenção, para estado de alerta, há vários meses, mas a Guiné-Bissau está a viver uma terceira vaga da pandemia. Segundo os dados divulgados, esta segunda-feira (09/08), pelo Alto Comissariado de luta contra Covid-19, nos últimos sete dias foram registrados 290 novos casos positivos e três vítimas mortais, ou seja, só nestes dias a Guiné-Bissau registrou o maior número de positividade do que no pico da segunda vaga que era de 191 casos positivos numa única semana.
Medidas de prevenção não são respeitadas
Apesar do registo preocupante de novos casos, incluindo a variante delta, as medidas de prevenção continuam a não ser respeitadas, tanto pelas autoridades bem como pela população. Preocupada com a situação Magda Neli Robalo, Alta Comissária para Covid 19, lança apelo pedindo ao povo guineense “para se proteger contra a Covid-19, alertando que esta terceira vaga já “provou ser muito forte e pior que a segunda, tanto em termos de mortalidade como no número de casos e a rapidez com que o vírus se está a propagar”, finalizou.
Suspensas algumas actividades pastorais nas duas Dioceses do País
Em face ao aumento de novas infecções por coronavírus no País a Igreja Católica na Guiné-Bissau decretou a suspensão de todos os campos de férias, campos de formação, intercâmbios e acampamentos, agendados para este período.
A decisão das duas dioceses do País foi tornada pública pelo Administrador Diocesano da Diocese de Bafatá, Pe. Lucio Brentegani. De acordo com o documento, atendendo o aumento exponencial de casos de novas infeções inclusive os óbitos por Covid-19, os Administradores das duas Dioceses do País, acham ser oportuna uma chamada de atenção a todas as paróquias e missões para que sejam mais atentos e vigilantes no respeito escrupuloso das normas de prevenção.
“Este ano, pelas razões já evocadas, a todos os grupos e movimentos que fazem parte da Igreja Católica, em todo o território das duas Dioceses de Bissau e de Bafatá, são vedadas as experiências de intercâmbio, campos de formação, campo de férias e todas as atividades pastorais que prevêem comer juntos, dormir juntos e viajar de uma cidade para outra”, refere o comunicado.
Celebrações litúrgicas sob cumprimento das medidas de prevenção
Por enquanto, as celebrações litúrgicas mantêm-se mas sob o cumprimento escrupuloso das medidas de prevenção básicas.
“As atividades litúrgicas que poderão continuar, terão que acontecer respeitando as regras de prevenção à Covid-19”.
Governo dos EUA doa 302,400 doses de vacinas
Entretanto, no sábado (07/08) o Governo dos Estados Unidos da América doou à Guiné-Bissau 302,400 doses da vacina Jonhson & Jonhson contra a Covid-19 com o intuito de impulsionar a vacinação em todo o País e contribuir para atingir o total de pessoas vacinadas na fase I do Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, fruto da parceria com o mecanismo COVAX.
A “doação faz parte dos 80 milhões de doses que o Presidente Biden se comprometeu a distribuir a nível mundial, a 17 de maio, e é o resultado da estreita colaboração entre os Estados Unidos, a Guiné-Bissau e os nossos demais parceiros internacionais para acabar com esta pandemia”, referiu a representação da Embaixada dos EUA na Guiné-Bissau.
A Alta Comissária de luta contra Covid na Guiné-Bissau, Magda Neli Robalo, agradeceu o gesto e lançou reptos aos Países mais ricos sobre aquilo que considera "escândalo universal" de problemas no acesso a vacinas aos Países mais pobres.
“Escândalo universal” a falta de equidade no acesso às vacinas
"Vamos continuar a dizer que é um escândalo universal esta falta de equidade. Nós vimos os Países ricos vacinarem as suas populações, a primeira e segunda dose, e só quando restaram as doses que tinham açambarcado é que nós, os Países mais pobres, estamos a receber as vacinas", lamentou. Apesar da crítica, Magda Robalo enalteceu a solidariedade internacional e agradeceu a alguns Países, com destaque para os Estados Unidos de América.
"Quero juntar a minha voz à comunidade internacional e dizer que isso não pode ser e que devemos todos trabalhar para combater a pandemia em pé da igualdade e que o acesso seja em condições equitáveis. Não só às vacinas, mas também aos meios de diagnósticos", assegurou.
País terá cobertura total de 18% da sua população
Com estas 302,400 doses adicionais da vacina contra a Covid-19 doadas pelo Governo dos Estados Unidos da América, a Guiné-Bissau poderá alcançar a cobertura de 16% da sua população. Somando às 74.870 doses de vacinas já recebidos o País terá uma cobertura total de 18%.
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