Angola. Religiosos defendem importáncia da ética no combate à corrupção
Anastácio Sasembele – Luanda, Angola
Os líderes religiosos em Angola consideram que um dos mecanismos mais efectivos de prevenção e combate à corrupção é o desenvolvimento da ética dentro das instituições.
Dois mil e quinhentos milhões de dólares, em dinheiro, bens, património e participações sociais, dos quais 2.100 milhões de dólares foram apreendidos no estrangeiro, no âmbito da luta contra a corrupção e a aquisição ilícita de bens por cidadãos angolanos: os dados foram avançados pelo Chefe de Estado angolano, João Lourenço, a 15 de outubro de 2021, no seu discurso sobre o estado da nação.
Para o Secretário da Comissão de Justiça e Paz da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), as instituições públicas e privadas em Angola precisam repensar a vida em sociedade e repensá-la desde a perspectiva ética, desta forma, a cruzada contra a corrupção terá sucesso.
“A ética é construída por uma sociedade com base nos valores históricos e culturais e, de acordo com o ponto de vista da Filosofia, trata-se de uma ciência que estuda os valores e princípios morais de um povo e seus grupos”, assim considera o Reverendo Ntoni Nzinga.
O Pastor da Igreja Evangélica Batista de Angola defende que a cultura ética deve começar nas famílias.
O Estado angolano, segundo o presidente Lourenço, teria sido lesado em pelo menos 24 mil milhões de dólares norte-americanos e no âmbito do processo de recuperação de activos, Angola já recuperou bens imóveis e dinheiro no valor de 4.904.007.841,82 de dólares.
Para o Frei Júlio Candeeiro, Superior dos Frades Dominicanos em Angola e Director do Instituto Mosaiko, “ a um dado momento o que deve definir a pessoa humana é a perspectiva ética – moral”.
“As nossas famílias e instituições precisam cultivar a cultura ética a partir da base”, acrescenta o sacerdote.
E o Magistrado do Ministério Público, Edy Burety, da Direcção Nacional de Prevenção e Combate à Corrupção da Procuradoria-geral da República de Angola, defende a expansão do programa de prevenção e combate à corrupção, nas camadas de base, nomeadamente nas escolas, Igrejas, e famílias, para que, desde a tenra idade, as crianças saibam observar os princípios éticos e morais.
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