Guiné-Bissau. Após golpe de estado Presidente Embaló garante situação sob controle
Casimiro Jorge Cajucam – Rádio Sol Mansi, Guiné-Bissau
“Estávamos lá com o Primeiro-ministro e todos os outros membros do Governo e ouvimos tiros de armas pesadas, tiros de artilharia pesada e metralhadoras. O tiroteio durou cinco horas de tempo para resgatar o Comandante Supremo. Digo à população para manter-se serena. As nossas forças republicanas conseguiram estancar o eixo do mal ou as pessoas que fizeram o atentado contra a democracia”, disse o Presidente da República, que estava ladeado do Primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabiam, do Vice-primeiro-ministro, Soares Sambú, e da Ministra da Justiça e dos Direitos Humanos.
Questionado sobre o número de mortos registados no ataque, respondeu que há vítimas mortais decorridas do ataque, mas diz que não sabe precisar o número, porque “o Presidente estava entre fogo e ferro durante cinco horas de tempo, mas há muitos mortos de um e do outro lado” disse.
Interrogado ainda se há alguns membros do Governo entre feridos, disse que os feridos são apenas os elementos das forças de defesa e segurança.
Sobre o líder da tentativa de golpe, assegurou que ainda não se identificou nenhuma cara, mas afirmou que foi um ataque muito bem organizado e concertado. Frisou que não quer avançar nomes de responsáveis da tentativa de golpe de estado, para não prejudicar a investigação em curso, tendo garantido que a situação está controlada.
O Chefe de Estado falava à nação depois de sofrer um atentado por parte de homens armados que invadiram o Palácio do Governo e o fizeram refém juntamente com o Primeiro-ministro e alguns membros do Governo, durante uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros.
Embaló elogiou a pronta intervenção das Forças da Defesa e Segurança e pediu à Comunidade internacional para continuar a apoiar a Guiné-Bissau.
O Secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou esta terça-feira “ao regresso dos militares aos quartéis” na Guiné-Bissau e ao “restabelecimento da ordem constitucional”, após a tentativa de golpe de estado. Numa breve declaração à imprensa em Nova Iorque, António Guterres ressaltava que ainda não tinha “detalhes sobre o que aconteceu” esta terça-feira na Guiné-Bissau, mas sublinhou que “um golpe é totalmente inaceitável”.
Também, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) condenou “veementemente a tentativa da tomada do poder pela força na Guiné-Bissau”, segundo uma nota do Ministério das Relações Exteriores de Angola, País com a presidência rotativa da Organização. Igualmente a Comunidade Económica dos Países da África Ocidental (CEDEAO) e Portugal condenaram movimentações armadas” na capital da Guiné-Bissau.
Tentativa de golpe de estado ou encenação de golpe de estado?
Diferentes figuras e individualidades do País questionam a veracidade desta suposta tentativa de golpe de estado que para muitos não passa de uma encenação do Chefe de Estado com intuito de deter certas personalidades políticas e militares do País? Uma dúvida que só o tempo será capaz de dissipar.
Normalidade volta a capital Bissau:
Um dia depois da tentativa falhada do golpe de estado, a situação está aparentemente calma em Bissau. Os mercados e comércio reabriram, há circulação normal das viaturas, contudo o Palácio do Governo continua encerado e sob a guarda das forças policiais e militares que patrulham a zona. Por precauções das suas direções, os jardins infantis, as escolas públicas e privadas não reabriram as suas portas hoje (02/02/22).
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