Guiné-Bissau. Técnicos de saúde e professores em Bissau ameaçam greve geral
Casimro Jorge Cajucam – Rádio Sol Mansi, Guiné-Bissau
A marcha que juntou mais de duas mil pessoas convocadas pela “Frente social” que engloba dois Sindicatos da Saúde (SINTESA E SINQUASS) e dois da educação (SINDEPROF e FRENAPROFE), foi realizada para exigir do Governo o pagamento dos salários em atraso, as melhorias das condições laborais e ainda a legalidade da entrada das pessoas na Administração Pública. Outrossim, visa pressionar o Executivo liderado por Nuno Nabiam para fazer correcções na íntegra das irregularidades verificadas na aplicação do Estatuto da Carreira Docente.
Os manifestantes entregaram há uma semana o caderno reivindicativo ao Governo no qual exige a extinção do regime de autogestão nas Escolas públicas; a nomeação dos Diretores das Escolas Públicas mediante um concurso público e a aprovação da proposta de carreira dos profissionais de diagnóstico e terapêutico.
A marcha que se realizou na terça-feira (27) juntou milhares de técnicos de saúde e da educação e no fim foram recebidos pelo Ministro porta-voz do Conselho dos Ministros e Assuntos Parlamentares, Florentino Dias, que não prestou declarações à imprensa, mas que segundo os Sindicalistas, prometeu que o Governo irá tomar diligências para cumprir as exigências dos trabalhadores públicos.
Apesar disso, o porta-voz da Frente Social, Ioiô João Correia, disse que as manifestações vão continuar tendo sublinhado que tudo irá depender da dinâmica das negociações.
“Tudo vai depender da dinâmica da própria negociação e da diligência do Governo e daquilo que os Sindicatos acham que é prioridade e essencial para os trabalhadores”, sustenta.
A Frente Social que exige ainda do Governo a efectivação dos Técnicos de Saúde e da Educação cujo processo já se encontra na alçada do Ministério da Função Pública, adverte que irá iniciar uma paralização nos setores de saúde e educação de 10 a 14 de outubro próximos, facto que Ioiô João correia disse que a greve será suspensa só com as diligências reais do Governo.
“Enquanto os Sindicatos, colocamos os pontos no pré-aviso de greve e isso vai depender do que são os interesses essenciais dos trabalhadores dependendo também das diligências do Governo e das circunstâncias das coisas”, afirma.
Já num Comício feito logo após a marcha, o Secretário Geral cessante da União Nacional dos Trabalhadores das Guiné (UNTG), Júlio Mendonça, apela à união no ceio dos trabalhadores para travar aquilo que considera” “roubos” de políticos no Aparelho de Estado que “não se preocupam com o povo e por isso negam o direito à saúde e à educação”.
“Continuaremos a lutar e venceremos. Porque num País como o nosso, se as pessoas acabarem com os subsídios milionários e pararem de receber as pensões vitalícias dos ladrões o País vai avançar”, garante.
Júlio Mendonça disse que tudo está nas mãos do povo, mas “se o povo se conformar esta é a consequência”.
A Frente Social recentemente criada já assinou um pacto de coordenação das reivindicações na sequência da decisão do Governo que decidiu fechar as entradas na Função Pública, relativamente aos Setores da Educação e da Saúde.
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