Decorre na Guiné a campanha eleitoral para as legislativas de 4 de junho
Casimiro Jorge Cajucam – RSM, Guiné-Bissau
A difícil situação socioeconómica motivada pelo fracasso na presente campanha de comercialização da castanha de caju, principal produto de exportação do País e do qual mais de 80% da população guineense depende direta ou indiretamente, ataques entre as quatro formações políticas que sustentam o atual governo e uma visível ostentação de meios de alguns partidos políticos, concretamente os integrantes no atual Executivo, dominaram a primeira semana da campanha eleitoral.
Entretanto, convidado para analisar a primeira semana da campanha, o politólogo guineense Rui Jorge Semedo faz balanço positivo sublinhando, contudo, que os programas eleitorais que veem sendo apresentados pelos partidos concorrentes carecem de propostas concretas.
"Avaliação positiva, discurso moderado e razoável, partidos se estão a atacar, mas de uma forma moderada”, considerando por outro lado que “a Guiné-Bissau precisa de tudo, sublinhou que “os partidos estão a falar dos seus programas, mas sem propostas concretas, aproveitando-se da falta de capacidade dos eleitores em avaliar as propostas que lhes são apresentadas”, concluiu.
A primeira semana da campanha eleitoral ficou marcada pela interferência do Presidente da República, Umaro Sissoco Embalo, que já veio a antecipar, afirmando que não nomearia o líder do PAIGC ao cargo do Primeiro Ministro caso a coligação PAI-Terra Ranca vença as eleições, e mostrou-se também descontente pela forma como os partidos que sustentam o atual Governo estão se atacando. O analista político guineense reprovou esta postura do Chefe de Estado.
”É preocupante a intervenção do Presidente da República porque não deveria ter participado nem direta nem indiretamente na campanha eleitoral”, justificando que deve ser uma figura de consenso e de unidade com postura alinhada dentro dos princípios constitucionais”, prosseguiu Rui Jorge Semedo lembrando que “o Presidente já participou na passeata, “ficou clara que o "maior interessado" nas legislativas de 04 de junho "não são os partidos, mas o senhor Presidente da República", rematou.
As sétimas eleições legislativas estão agendadas para 04 de junho, depois de o Parlamento guineense ter sido dissolvido a 18 de maio de 2022.
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