Guiné-Bissau. Líderes religiosos: "abster-se de discursos que incitam à violência"
Casimiro Jorge Cajucam – RSM, Guiné-Bissau
O apelo dos líderes religiosos foi feito na sexta-feira última, 05 de maio, durante uma declaração conjunta dos representantes das Comunidades Muçulmana, Católica e Evangélica, que teve como lema “cuidemos da paz”.
Na declaração conjunta lida pelo porta-voz indigitado, Padre António Imbombo, que é também, Vigário Episcopal para Pastoral da Diocese de Bissau, os líderes religiosos fazem apelo que às formações políticas – partidos e coligações políticas - comprometam-se em perseverar a paz e a estabilidade bem como promover o respeito pelos direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos.
“Assegurar que as propagandas eleitorais, nomeadamente os tempos de antenas, as entrevistas, os comícios, as comunicações ao público e as manifestações políticas sejam desenvolvidos com moderação e contenção”, apelaram os líderes religiosos.
A campanha eleitoral para as eleições legislativas inicia no dia 13 do mês em curso, contudo os partidos já estão na pré-campanha, estando a registar-se discursos ameaçadores. No entanto, os líderes religiosos apelaram às formações políticas e coligações políticas para evitarem comportamentos suscetíveis de comprometer a integridade do processo eleitoral, incluindo o anúncio público de dados eleitorais antes da divulgação definitiva dos resultados pela entidade competente.
As instituições responsáveis pela gestão do processo eleitoral foram pedidos para dirigirem o processo eleitoral com zelo e imparcialidade em estrita observância da lei para garantir a transparência, integridade e a verdade eleitoral. Os religiosos sublinharam ainda a necessidade de se adotar todas as medidas precisas e legais para o apuramento e divulgação de resultados eleitorais credíveis, de forma a reduzir as especulações e as tensões políticas.
Às Forças de Defesa e Segurança, os religiosos pedem para conservar as suas neutralidade e equidistância aos interesses político-partidários em observância absoluta da lei, bem como de trabalharem na manutenção da segurança e da ordem pública antes, durante e depois das eleições, para permitir a participação livre e igual de todos os cidadãos, nomeadamente, políticos, coligações de partidos políticos, candidatos, militantes, simpatizantes e população em geral.
“Zelar pela segurança e ordem pública antes, durante e depois das eleições com total imparcialidade, transparência e neutralidade em relação aos interesses político partidários”, lê-se na carta conjunta.
Aos fiéis católicos, muçulmanos, evangélicos e seguidores da religião tradicional, o apelo que “nos unamos em oração diante do Deus único, o Altíssimo, Senhor e Criador da Terra e do Céu. Rezemos com insistência e com fé pelo nosso País, pelo seu povo e pelos nossos governantes e pela PAZ”.
“Que Deus Todo-Poderoso e cheio de Misericórdia ajude a transformar as nossas mentes e os nossos corações, volte para nós o Seu rosto e abençoe a Guiné-Bissau”, aclamam.
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