Primeira Dama de Cabo Verde - Releio com frequência a Laudato Si
Dulce Araújo - Vatican News
É com muito à vontade e apreço que a Primeira Dama de Cabo Verde cita o Papa Francisco e o conceito de “Casa Comum” quando fala do seu ativismo no campo ambiental, algo que traz consigo desde há muito e que vai assumindo novas formas, ao ponto de estar mesmo a fazer um doutoramento sobre alterações climáticas e desenvolvimento sustentável.
Admiradora desde sempre de São Francisco de Assis, a sua felicidade foi grande quando o atual Papa tomou o nome de Francisco e é com muito interesse que tem acompanhado os seus pronunciamentos sobre questões ambientais. Aliás, a encíclica “Laudato Si” é um documento que diz reler com frequência e que é para ela uma fonte de inspiração. Aprecia muito a simplicidade e a brevidade das mensagens do Papa Francisco, fáceis de transmitir e de ficar na mente das pessoas.
Vinda a Roma a convite da “Fazenda Esperança” que está a realizar uma peregrinação jubilar pelos 40 anos de existência, Débora Katisa Carvalho aborda na entrevista à Rádio Vaticano a sua ligação com este organismo internacional, de origem brasileira, empenhado na recuperação ou “re-significação” de pessoas dependentes de drogas e álcool.
Em Cabo Verde já existe uma Casa “Fazenda Esperança” para homens e está em curso o projeto de uma outra para mulheres. A estada em Roma é uma oportunidade para procurar parcerias, visando o equipamento dessa Casa - revela a Primeira Dama que também mantém contactos com a comunidade caboverdiana radicada em Roma. Neste âmbito, encontrou-se com os Presidentes de Câmara de Colleffero e Paliano, onde o jovem cabo-verdiano, Willy Monteiro Duarte, foi brutalmente morto em 2020, e com a Mãe dele, Lúcia Duarte. No centro, a mensagem contra todas as formas de violência nas sociedades - explicou. Domingo está prevista uma visita à comunidade Tra-Noi (ponto de encontro dos caboverdianos) para Missa e encontro alargado com a comunidade.
Ainda no âmbito da comunidade cabo-verdiana, a Primeira Dama encontrou-se quarta-feira com algumas figuras da primeira geração, na emblemática “Casa Internacional das Mulheres”, importante e histórico ponto de referência da luta das mulheres em Itália por um lugar ao sol. No ar ficou a possibilidade de colaborações, nomeadamente no sector formativo das empregadas domésticas em Cabo Verde.
Mulher de causas sociais e ambientais, incluindo o cuidado às crianças, mulheres em situação de vulnerabilidade, animais, Débora Katisa Carvalho concebe o seu conjunto de ações e ativismo “como uma árvore” em que tudo está interligado, desde as raízes, ao tronco, aos ramos, às flores e frutos, sendo estes últimos as crianças que darão origem a sociedades futuras. Há que cuidar do conjunto - sublinha nessa ampla e articulada descrição do que vem fazendo, incluindo campanhas de limpeza das praias, o que a leva também a abordar, com preocupação, a questão do lixo (internacional) na Praia dos Achados - ilha de Santa Luzia, reserva natural, que apela a uma urgente sensibilização para o assunto. E sonha com um “Dia Nacional de Limpeza” do ambiente, da Casa Comum caboverdiana. A concretização disto não lhe parece impossível, pois o povo caboverdiano - afirma - é sensível, anseia e fica feliz quando vê o seu país mais verde, mais limpo, mais saudável.
Confira tudo, ouvindo a entrevista.
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