Era importante a Igreja africana desaprender muitas coisas
Rui Saraiva – Portugal
O padre Rui Santiago é Missionário Redentorista e tem vindo a fazer algumas reflexões sobre a sua experiência de missão na Guiné-Bissau entre 2011 e 2017.
Desaprender para aprender do Espírito
Neste episódio reflete sobre a influência da matriz europeia na experiência cristã da Igreja africana. Para o missionário português é “importante a Igreja africana desaprender” algumas coisas dessa influência e dialogar para “aprendermos uns com os outros”. Europeus e africanos. Porque “todas as experiências eclesiais têm de estar nesta dinâmica de desaprender para aprender do Espírito”.
“Não poria no registo do aprender, mas do dialogar que é a grande forma de aprendizagem que anda a ser proposta pelo Papa Francisco. Aprendermos uns com os outros, no próprio ato de nos deixarmos de querer ensinar uns aos outros. E nesta singeleza de nos pormos em diálogo a conversar, criar dinamismos de transfiguração. Eu sinto que era importante a Igreja africana desaprender muitas coisas, em primeiro lugar. Nós também. Todas as experiências eclesiais têm de estar nesta dinâmica de desaprender para aprender do Espírito. Mas a Igreja africana, muito em particular, porque é uma experiência de caminho cristão profundamente afetada por uma lógica imperialista e colonialista. E então, está cheia de modelos e estruturas mentais interiores, de inconsciente coletivo na experiência religiosa cristã, que são de matriz europeia e que não têm o mínimo encaixe ali”, afirma o missionário.
Ouça aqui a reflexão do padre Rui Santiago, Provincial da Congregação do Santíssimo Redentor em Portugal e que esteve nas últimas semanas, na antena da Rádio Vaticano e no portal Vatican News, com histórias e reflexões sobre a sua experiência de missão em África.
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