Moçambique: Forças da SAMIM retiram-se em meio aos ataques em Cabo Delgado
Hermínio José – Maputo, Moçambique
A retirada das Forças da África Austral foi previamente anunciada em março passado, pela Ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Verónica Macamo, alegadamente por exiguidade de fundos para manter aquelas forças que se juntaram às de Moçambique e do Ruanda no combate ao terrorismo no País.
Relativa calmia e regresso de deslocados às zonas de origem
Segundo uma nota da SAMIM, o primeiro contigente a se retirar foi o do Botswana que chegou à área em outubro de 2023, sendo que entre outras missões, o contigente do Botswana “participou numa operação ofensiva para neutralizar os terroristas e realizou projectos de impacto rápido”, acções estas que contribuíram para o regresso de deslocados às zonas de origem.
A missão da SADC em Moçambique está em Cabo Delgado desde meados de 2021 e em agosto de 2023, a SADC aprovou a sua prorrogação por mais 12 meses, isto é, até julho deste 2024, prevendo segundo a nota, “uma retirada progressiva das forças dos 8 países da região que a integram”.
8 países nas forças da SAMIM
A SAMIM compreende tropas de oito Países, nomeadamente, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Malawi, África do Sul, República da Tanzânia e Zâmbia, trabalhando em coordenação com as Forças de Defesa e Segurança moçambicanas e outras tropas destacadas para Cabo Delgado.
Entretanto, o porta-voz do Governo, Filimão Suaze, disse há dias à imprensa que a retirada das Forças da SADC resulta de uma relativa calmia, diferentemente do que acontencia até antes da sua actuação no Teatro Operacional Norte.
Mais de 4 mil mortos pelos terroristas
No entanto, a retirada das Forças da SAMIM acontece numa altura em que continuam alguns ataques isolados em comunidades remotas de Cabo Delgado, como Bilibiza, no Distrito de Quissanga, onde segundo a LUSA, foram nesta semana mortas cinco pessoas à tiro, pelos terroristas.
De referir que os ataques terroristas em Cabo Delgado iniciaram em outubro de 2017, e de lá a esta parte, provocaram cerca de 4 mil mortos e mais de um milhão de pessoas deslocadas, para além de os mesmos ataques deixarem um rasto de destruição severa, nalgumas regiões daquela Província a norte de Moçambique.
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