Delegados à X Conferência da URPAO Delegados à X Conferência da URPAO 

10º Conferência da URPAO apela à justiça e paz

A 10ª Conferência da URPAO União Regional dos Padres da África Ocidental concluiu-se em Bissau com apelos a favor da paz, da justiça e contra a instrumentalização étnico-religiosa.

Casimiro Cajucam - Rádio Sol Mansi - Bissau

A 10ª Conferência Ordinária da União Regional dos Padres da África Ocidental (URPAO) encerrou-se em Bissau, após uma semana de intensos debates e reflexões. Foi de 4 a 9 de junho de 2024. Com o tema "O Papel Profético dos Sacerdotes Face à Intolerância e à Instrumentalização Étnico-Religiosa na África Subsaariana", o evento reuniu líderes religiosos e dignitários de diversos países da região para discutir questões cruciais.

Durante a conferência, foram feitos apelos enfáticos por paz e justiça, bem como contra a instrumentalização étnico-religiosa, que tem sido uma fonte de conflito e divisão em muitas partes da África Ocidental. Os participantes dedicaram-se a encontrar maneiras de promover a tolerância e a compreensão mútua entre diferentes grupos étnicos e religiosos na região.

Principais Apelos e Compromissos

O Coordenador do Clero Diocesano da Guiné-Bissau e presidente da comissão organizadora da conferência, Padre Augusto Mutna Tamba, leu o comunicado final, destacando os principais apelos e compromissos:

“Aos líderes políticos e religiosos, pedimos a promoção da paz e justiça. É crucial evitar a instrumentalização étnico-religiosa e reforçar a educação em valores éticos.”

“Aos fiéis leigos, apelamos que evitem a exploração negativa das redes sociais e trabalhem pela unidade.”

“Aos sacerdotes, encorajamos a promoção da justiça, verdade e paz. É essencial incentivar o diálogo inter-religioso e adotar uma intervenção proativa contra a intolerância e a instrumentalização étnico-religiosa”, concluiu.

Desafios Pastorais 

A conferência identificou diversos desafios pastorais, incluindo:

“Na conferência, destacamos diversos desafios pastorais cruciais. Por exemplo, reconhecemos a importância de um testemunho de vida autêntico. Além disso, discutimos a necessidade de manter a credibilidade da Igreja. Outro ponto relevante foi a ênfase na formação dos fiéis leigos em valores éticos e morais. Também abordamos a importância da proximidade e escuta das pessoas. Por fim, ressaltamos a necessidade de promover o diálogo inter-religioso e manter uma posição firme em prol da verdade”, finalizou.

Durante os cinco dias de trabalho, os participantes discutiram como a intolerância e a instrumentalização étnico-religiosa impactam a África Subsaariana. Foi destacada a importância do diálogo, da compreensão e da promoção de uma cultura de tolerância para enfrentar os desafios sociais, políticos e ambientais da região.

Agradecimentos e Homenagens

No encerramento, os padres expressaram gratidão ao Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo, ao seu governo, ao Bispo de Bissau, Dom José Lampra Cá, e a todos os que contribuíram para o sucesso da Conferência. Homenagearam também o falecido Secretário-Geral, Padre Bruno Toupan, da Diocese da Gâmbia. A missa do enceramento foi presidida pelo Bispo de Bissau, Dom José Lampra Cá, na Sé Catedral de Bissau.

Durante a conferência, os padres da África Ocidental reafirmaram o seu compromisso em trabalhar pela justiça, paz e unidade, enfrentando os desafios da intolerância e da instrumentalização étnico-religiosa na África Subsaariana. A presença dos países da África Ocidental, com exceção de Cabo Verde, Gana, Libéria e Nigéria, foi significativa, trazendo uma perspetiva diversificada e enriquecendo as discussões sobre os desafios pastorais enfrentados na região.

Oiça

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10 junho 2024, 15:47