Redescobrir os valores deixados por Dom Settimio e por A. Cabral
Dulce Araújo - Vatican News
Quem era Dom Settimio Ferrazzetta e quem era Amílcar Cabral? O que tinham em comum para além de terem ambos nascido em 1924, ao ponto de serem celebrados juntos, em Verona, no evento “Cem anos, duas histórias importantes na Guiné-Bissau”, realizado nos dias 15 e 16 de junho de 2024, pela Diocese daquela cidade do norte da Itália?
É uma das perguntas a que responde Dom José Camnate Na Bissign em entrevista à Rádio Vaticana por ocasião desse evento. Dom Settimio foi um missionário italiano de Verona que, como primeiro Bispo da Guiné-Bissau independente, reorganizou toda a vida pastoral do país, pondo a tónica na formação humana.
Amílcar Cabral, Agrónomo, líder político, despertou a consciência dos guineenses para a sua capacidade e direito de lutar para a autodeterminação e desenvolvimento.
Dom Settimio de que Dom José Camnate foi sucessor à frente da Diocese de Bissau (de 1999 a 2020) foi visto por ele como um modelo encorajador, pois que - recorda - era um homem humilde, acolhedor de todos, visionário na gestão da Diocese e de uma esperança profunda, como demonstrou aquando do conflito armado na Guiné-Bissau em 1998 quando, não obstante a idade e sua fraca saúde, fez de tudo para levar as partes ao diálogo. Não conseguiu, mas a sua morte em Bissau foi interpretada como um sacrifício a favor da reconciliação dos guineenses, que vêm nele um pai.
Também hoje a Guiné-Bissau se encontra numa fase difícil, para cuja superação impõe-se voltar a olhar, com urgência, para a rica herança de valores, de justiça, verdade, harmonia, liderança, paz social, deixada tanto por Dom Settímio como por A. Cabral - sublinha Dom José Câmnate, que considera igualmente como um dever e uma dívida, celebrar regularmente estas duas figuras.
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