Camarões: Associação das Mulheres Católicas celebra o seu 60º aniversário
Colette Labaki – Cidade do Vaticano com Paule-Valérie Mendogo, Edéa
“O Concílio Vaticano II destacou muito bem o papel dos leigos e deu-lhes um lugar na Igreja; reconheceu a sua vocação e a sua missão. Por isso, podemos dizer que hoje todo o leigo pode considerar-se membro de pleno direito da Igreja. E no documento dedicado ao Apostolado dos Leigos, especifica-se que os leigos têm um papel a desempenhar na Igreja e especialmente na sociedade”, continuou D. Jean Mbarga na celebração do jubileu.
O lançamento das festividades que marcaram este evento foi uma oportunidade para reconhecer a vitalidade desta associação e o seu grande envolvimento na Igreja dos Camarões. Para o Arcebispo Metropolitano de Yaoundé, hoje, “depois de sessenta anos de dinamismo no seio da Igreja, e tendo em conta os tensos contextos sócio-políticos e económicos em África, trata-se de refletir mais sobre o compromisso dos leigos na sociedade.
O papel dos leigos na sociedade
O envolvimento dos leigos na sociedade é primordial porque, estando a Igreja no coração da sociedade, cabe-lhes ser ativos e agir no coração dela em nome do Evangelho. “E a sociedade é aqui entendida como todas aquelas realidades que encontramos no dia-a-dia, a começar pela família, pelo local de trabalho, pelos serviços públicos, por todos os compromissos políticos, económicos e sociais. É aqui que devemos fazer aquilo a que o Concílio chamou a renovação da ordem temporal, renovando a superfície da terra; ser o fermento na massa, o sal da terra, a luz do mundo”, sublinhou D. Mbarga.
Um caminho longo e difícil
O prelado reconheceu que o caminho para esta missão preconizada pelo Concílio Vaticano II poderia ser longo e difícil devido ao carácter plural e diverso da sociedade e tendo em conta as questões sociais. “Podemos estar satisfeitos com o que os leigos fazem na Igreja em termos de atividades, compromisso, presença e orações”, reconheceu D. Mbarga, “embora seja mais difícil para eles envolverem-se como cristãos na sociedade. “Isto é certo”, continuou, “porque a sociedade não é simplesmente cristã e católica; também é diversa. A grande questão, portanto, é como ser sinais de Jesus Cristo no coração do mundo. Isto é o que há de mais belo para um leigo: participar na missão de salvação”.
Tornando-se atores privilegiados na sociedade
Dom Mbarga convidou os leigos a tornarem-se atores privilegiados, que nos recordam que podemos estar no caminho certo, apesar das dificuldades e dos múltiplos encargos. “Gostaria, por isso, de aproveitar este sexagésimo aniversário da Associação de Mulheres Católicas para dizer que é urgente que nas nossas associações este tema faça parte dos programas prioritários. “Que os membros destas associações questionem a sua missão no seio da sociedade, a sua missão de renovar a ordem temporal, de levar a Boa Nova de Cristo”, recomendou o Arcebispo. “Envio-vos, pois, neste início da celebração do vosso jubileu, como verdadeiros missionários, para que no final deste processo festivo nos possam dar luz sobre os meios que um leigo pode utilizar para ser o sal da terra, luz do mundo, fermento na massa, no seio da nossa sociedade”, concluiu o prelado.
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