Em Quito, "Discípulos missionários, guardiões da Criação"
Cristiane Murray - Quito
Contaminação, crises decorrentes das mudanças climáticas, desastres ambientais, biodiversidade, baixa qualidade de vida e pobreza; consumismo desenfreado e carência alimentar: são apenas alguns dos temas em debate em Quito, no Equador, no encontro “Ecologia integral: discípulos, missionários guardiões da criação”.
Estão participando do encontro 120 pessoas de todo o continente latino-americano, ocupadas na reflexão sobre a Encíclica do Papa Francisco “Laudato si’” de 2015. Segundo Mauricio Lopez, secretário executivo da Rede Eclesial Pan-amazônica (Repam), que promove o evento com o Celam, a Caritas Equador, a Clar e a associação Igrejas e Mineração, “é urgente reencontrarmo-nos com a espiritualidade de nossos povos originários”, pois as culturas indígenas que conseguiram sobreviver podem hoje nos iluminar”.
A profunda espiritualidade indígena em sua relação harmônica com toda a Criação nos recorda que já o teólogo Tehilard de Chardin nos dizia em 1955: “Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual; somos seres espirituais vivendo uma experiência humana”.
A questão minerária é um dos eixos centrais deste debate: “É preciso aliar-se contra as agressões da exploração minerária desenfreada”, disse Mauricio, acrescentando que os bispos locais estão preparando uma Exortação pastoral sobre o tema.
Sobre a importância da “Laudato si’”, o arcebispo de Huaancayo-Perù e vice-presidente da Repam, Dom Pedro Barreto, a definiu como “um chamado urgente para cristãos e não cristãos, para todas as pessoas que habitam este planeta; um apelo urgente para a conversão ecológica que envolve todos os aspectos da vida dos seres humanos, para viver em harmonia com os outros seres do planeta”.
O encontro prossegue nos próximos dias com o seminário “Uma Igreja de rosto amazônico”.
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