Cardeal Pasinya: Kinshasa tornou-se uma prisão a céu aberto
Cidade do Vaticano
“Permaneçamos impassíveis.” Este é o convite feito, nesta terça-feira (23/01), pelo Arcebispo de Kinshasa, Cardeal Laurent Monsengwo Pasinya, denunciado a repressão violenta da manifestação contra o Presidente Joseph Kabila, no último domingo (21/01), feita pelos militares que estavam “mais armados do que num campo de guerra”.
“Queremos que reine a força da lei e não a lei da força”, disse com firmeza o Cardeal Pasinya numa declaração à imprensa, divulgada pelo jornal da Santa Sé L’Osservatore Romano.
O balanço provisório da ONU é de pelo menos seis mortos durante a repressão violenta na marcha convocada pela Comissão leiga de coordenação, organismo próximo à Igreja. As autoridades falam, ao invés, de somente dois mortos.
“Contamos novamente os nossos mortos, os feridos, os sacerdotes e leigos presos, e os furtos, enquanto a Polícia recebeu ordem de respeitar os direitos humanos e evitar derramamento de sangue. Mas não foi assim”, prossegui o purpurado, fazendo as seguintes perguntas: “Tornamo-nos uma prisão a céu aberto? Como é possível matar homens, mulheres, crianças e idosos que recitam cantos religiosos segurando nas mãos a Bíblia, o crucifixo e o rosário?”
Foram reencontradas quatro das seis pessoas sequestradas, nesta segunda-feira (22/01), na fazenda didática da Diocese de Butembo-Beni, no Kivu do Norte. A informação foi dada pelo bispo de local, Dom Melquisedeque Sikuli Paluku.
Permanecem ainda nas mãos dos sequestradores o Pe. Robert Masinda, sacerdote da Paróquia de Bingo, e um engenheiro da fazenda.
“Sabemos que Pe. Masinda está vivo e esperamos que seja logo libertado”, disse à Agência Fides o vigário-geral da diocese de Butembo-Beni, Pe. Emmanuel Mwanapenzi Nyonyu.
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