Imigração: “Há muito cinismo”, diz Presidente da Cáritas Portuguesa
Domingos Pinto - Lisboa
Eugénio da Fonseca fez estas declarações à margem do XVIII Encontro de Animadores Sociopastorais das Migrações, que teve lugar de 12 a 14 deste mês, no Seminário de Alfragide, periferia de Lisboa.
Os participantes deste encontro associaram-se à Campanha “Partilhar a Viagem”, promovida pela Caritas Internationalis durante os próximos dois anos para incentivar a população portuguesa a estreitar relações entre migrantes, refugiados e as comunidades locais.
Para o Presidente da Cáritas Portuguesa, “a politica está eivada de cinismo”, e dá como exemplo “a posição da senhora Merkel que nos espantou com a abertura”.
“Foi um dos primeiros países a dizer que ía acolher muita gente e depois voltou atrás”, diz Eugénio da Fonseca que gostaria que “ela fosse mais firme, porque mais vale perder o poder do que perder as convicções”.
Já em relação à realidade portuguesa, Eugénio da Fonseca pede “maior sensibilidade das comunidades cristãs “para o problema, “uma motivação mais constante e determinada”, mas reconhece que tem havido “respostas efectivas”.
“É uma questão de mobilidade humana”, reafirma o Presidente da Cáritas Portuguesa que chama atenção para os apelos que o Papa tem feito neste contexto.
“O problema da imigração tem a ver com o modelo de desenvolvimento que continua a imperar no mundo, que cria disparidades, desigualdades, assimetrias escandalosas, e, nalguns casos, criminosas, porque levam a que pessoas morram de fome”, diz ainda Eugénio da Fonseca ao nosso correspondente Domingos Pinto.
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