Pontificado de Francisco: “Oxigénio que precisávamos desesperadamente”
Domingos Pinto-Lisboa
O Comité Científico Internacional para os Lugares de Religião e Ritual (PRERICO), nomeou o historiador de arte José António Falcão como um dos seus peritos europeus.
Um organismo com sede em Paris (França), presidido por Hae Un Rii, da Coreia do Sul, e integra alguns dos maiores especialistas, em termos globais, no âmbito do património religioso da Humanidade.
Para o museólogo que dirigiu o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja, trata-se de “uma enorme responsabilidade porque remete para a tradição ecuménica, universalista e de abertura aos outros”.
José António Falcão considera que é importante “encontrar um denominador comum para as principais religiões do mundo, e associar isto a um trabalho muito concreto de salvaguarda e de valorização do património cultural, tanto arquitetónico como imaterial”.
Ao portal da Santa Sé o também vice-presidente de Europae Thesauri e diretor-geral do Festival Terras sem Sombra, alerta para as situações em que o património está em risco, e sublinha que o grande problema “é o da intolerância face às religiões dos outros”.
“Existem verdadeiros atentados, verdadeiros crimes que importa denunciar, acautelar e ajudar a corrigir”, sublinha José António Falcão que deixa um alerta: Quando se pretende atingir uma comunidade no seu coração, ofendem-se os seus símbolos religiosos, destroem-se os seus lugares de culto e procura-se, de alguma maneira, apagar também a sua imagem. Isto é muito sensível”.
Já sobre o Pontificado do Papa Francisco, o historiador português considera que” é um pontificado que nos trouxe aquele oxigénio de que precisávamos desesperadamente”.
“Sentimos que é um tempo muito difícil. Há crise de valores nos mais diversos campos, mas, ao mesmo tempo, percebemos que o verdadeiro Humanismo, que está bem ancorado no Evangelho, é, seguramente também, uma espécie de, vamos dizer assim, um viático, um guia para o caminho, e sentimos que as coisas se estão a transformar no sentido mais positivo”, diz José António Falcão.
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