A liberdade de atuar com critérios eclesiais
Rui Saraiva - Porto
O Paço Episcopal do Porto acolheu nos dias 7 e 8 de junho um Colóquio sobre D. António Barroso, no centenário da sua morte. Em análise a sua vida e ação pastoral no contexto político, social e eclesial da época. Foi missionário e bispo. Em destaque a sua firmeza, visão pastoral, autenticidade, liberdade e simplicidade evangélica.
D. Manuel Linda, bispo do Porto, esteve presente durante todo o Colóquio assim como os senhores bispos auxiliares D. António Taipa, D. Pio Alves e D. António Augusto Azevedo.
Em declarações aos jornalistas, D. Manuel Linda recordou que D. António Barroso foi “confrontado com limitações que o poder político lhe impôs” tendo-lhe sido limitada a liberdade. “A liberdade da Igreja é um bem não só para a Igreja mas também para a sociedade civil” – disse D. Manuel Linda.
O bispo do Porto declarou encontrar uma “similitude” entre D. António Barroso e D. António Ferreira Gomes na “reclamação da capacidade da Igreja se afirmar no espaço público e, fundamentalmente, exercer a sua liberdade de pregação”.
O prelado afirma que quer D. António Barroso quer D. António Ferreira Gomes, em tempos históricos diferentes, foram “colhidos, atacados e perseguidos por uma dimensão socio-política” que não lhes tolera a liberdade de opinião.
D. Manuel Linda diz-se sentir “uma pessoa que reclama para a sua ação na Igreja do Porto a absoluta liberdade de atuar com critérios eclesiais. E isto está na história recente da diocese do Porto”– afirmou o prelado.
Em 1992 foi dado início ao processo de beatificação e canonização de D. António Barroso. A 17 de Junho de 2017, o Papa Francisco aprovou o decreto que declara as "virtudes heróicas" de D. António Barroso, reconhecendo, assim, "as virtudes e o exemplo de vida de ministério e de missão" do homem que foi bispo do Porto entre 1899 e 1918.
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