D. Carlos Azevedo alerta para “a responsabilidade com que usamos a Palavra de Deus”
Domingos Pinto - Lisboa
A Universidade Aberta, em Lisboa, acolheu no passado dia 22 de junho a obra «Ministros do Diabo – Os seis sermões de Autos da Fé (1586-1595) de Afonso de Castelo Branco, Bispo de Coimbra», da autoria de D. Carlos Azevedo.
Uma publicação com a chancela da «Temas e Debates – Círculo de Leitores» apresentada pelo historiador José Pedro Paiva que mostra textos guardados no Arquivo Secreto do Vaticano relativos ao primeiro período da Inquisição, no domínio filipino.
Na apresentação, o historiador José Pedro Paiva disse que “D. Carlos Azevedo procura mostrar o perigo que sempre há, quando, seja em que circunstância for, alguém em nome de Deus se arroga ser defensor de toda a verdade”.
O Delegado do Conselho Pontifico da Cultura procura situar o leitor no processo de criação da Inquisição em 1536, e ainda nas principais dinâmicas do seu funcionamento até final do século XVI, fazendo também uma incursão sobre a situação política em Portugal, sobretudo no dramático período de 1580.
Em entrevista à VATICAN NEWS, D. Carlos Azevedo explica a obra com a necessidade de “encontrar fontes inéditas”, por ser uma época em que não há sermões publicados porque eram proibidos pela Inquisição.
O prelado português alerta ainda para “a responsabilidade com que usamos a palavra de Deus”, um perigo de todos os tempos, e aqui dá como exemplo da atualidade com uma referência à política migratória dos Estados Unidos da América.
“Ainda nestes dias nós ouvimos alguém da política do Trump justificar a separação dos pais e dos filhos com uma passagem bíblica. Isto é ser Ministro do Diabo”, diz D. Carlos Azevedo, que deixa um alerta: “Isto é usar a palavra de Deus para algo negativo, para algo que não está de acordo com aquilo que Deus quer para a Humanidade”.
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