Ser católico na cidade de Calvino
Cidade do Vaticano
“Receber o sucessor de Pedro pela quarta vez, desde 1969, é uma alegria, uma honra, também um sinal do papel internacional desta pequena cidade. Genebra é a cidade da Reforma e do ecumenismo, também é uma cidade muito secularizada. Portanto é um lugar para vários diálogos”. São palavras de Dom Charles Morerod, Bispo de Lausanne, Genebra e Friburgo.
De uma certa hostilidade a uma verdadeira fraternidade
Para o Dom Charles, “a visita do Papa à sede do Conselho Ecumênico das Igrejas – na cidade de Calvino – há antes de tudo um significado ecumênico. Este primeiro aspecto é muito sentido em um país como o nosso onde muitas famílias vivem um ecumenismo interior. Nos últimos sessenta anos o nosso diálogo passou de uma certa hostilidade a uma verdadeira fraternidade”. Mas, adverte o Bispo de Lausanne, “devemos estar atentos ao risco de um enfraquecimento da consciência da urgência da unidade dos cristãos, como se fosse suficiente uma coabitação pacífica”.
A memória histórica precisa de purificação
Depois D. Morerod continua, “a memória histórica ainda precisa de purificação. Uma delas é a memória das guerras de religião que contribui para dar a imagem da Igreja como uma estrutura que luta pelo próprio poder. E conhecemos bem a força das imagens. Mas uma imagem pode ser mudada”. “Uma certa falta de religiosidade, combinada com a ilusão de conhecer o cristianismo, dá a imagem da nossa religião como um moralismo triste. Por isso é o estilo de vida dos cristãos que deve aparecer por primeiro e isso pode ser extrapolado da Evangelium gaudium que nos diz que a alegria difundida por Deus aos que crêem pode despertar a curiosidade. E podemos sempre indicar a alegria como causa, que contrasta com uma tristeza muito comum na Suíça”.
Diálogo cristãos e sociedade secularizada
“Os diálogos entre os cristãos e a sociedade secularizada têm uma dinâmica prática. Neste contexto, um critério muito importante é indicado pela exortação Amoris laetitia”, explica D. Morerod, quando o Papa Francisco - no parágrafo 304 - evidencia a necessidade de um discernimento entre a ação, a verdade ou a retidão nos princípios gerais e nos casos particulares, “sem este discernimento a colaboração não é possível”.
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