Bispos da Nicarágua: não vamos nos retirar do diálogo, apesar das hostilidades
Cidade do Vaticano
"Nós, bispos da Conferência Episcopal da Nicarágua, decidimos hoje (10 de julho - ndr), continuar a fornecer o serviço que o governo nos pediu, como mediadores e testemunhas do diálogo nacional. Com o mesmo compromisso e o mesmo entusiasmo. Em breve convidaremos para as sessões plenárias".
Com estas palavras enviadas à Agência Fides, Dom Silvio José Baez, bispo auxiliar de Manágua, anunciou que o diálogo não está interrompido e que os esforços para uma solução pacífica para a democratização do país irão avançar.
Esperança para uma solução pacífica
Apesar das agressões físicas e verbais sofridas na segunda-feira, 9, em Diriamba, pelo cardeal Leopoldo Brenes, por Dom Silvio Baez - foi ferido no braço e teve arrancada sua cruz peitoral - e pelo núncio Apostólico, Dom Waldemar Stanislaw Sommertag, os bispos decidiram seguir em frente, pois esperam encontrar uma solução pacífica para a crise sócio-política que o país está sofrendo e que causou pelo menos 320 mortes desde abril.
A Igreja é sempre garante do diálogo
Em uma reunião extraordinária, a Conferência Episcopal da Nicarágua foi unânime na decisão de continuar como garante neste diálogo iniciado em 16 de maio porque, nas palavras de Dom Baez, "continuamos a acreditar que o diálogo é o caminho para superar a violência".
"Não nos retiramos, apesar da hostilidade do governo", reiterou o bispo auxiliar de Manágua, Dom Baez, que também exortou os nicaraguenses a terem fé e esperança de que a paz será alcançada com o uso de métodos pacíficos.
Nova reunião esperada até o final de semana
O encontro, que durou mais de seis horas, foi realizado na terça-feira, 10 de julho, no Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Manágua, presidido pelo cardeal Leopoldo Brenes, arcebispo de Manágua e presidente da Conferência Episcopal.
Os bispos se reunirão ainda esta semana para a retomada do diálogo, declarou à imprensa o bispo da Diocese de Jinotega, Dom Carlos Enrique Herrera Gutierrez, O.F.M.
Numerosos países solidários com a Nicarágua
A Conferência Episcopal havia suspendido temporariamente o diálogo, a fim de superar a crise causada pelos ataques físicos sofridos pelos bispos e sacerdotes e pela profanação do lugar santo na cidade de Diriamba, eventos que fizeram alguns acreditarem que o diálogo seria interrompido permanentemente. (Agência Fides)
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