Arcebispo de Trujillo e presidente da Conferência Episcopal Peruana, Dom Héctor Miguel Cabrejos Vidarte Arcebispo de Trujillo e presidente da Conferência Episcopal Peruana, Dom Héctor Miguel Cabrejos Vidarte 

Peru. Igreja disponível a contribuir para reforma do sistema Judiciário

A situação atual “requer mudanças estruturais que os cidadãos esperam há várias décadas”, como o melhoramento do processo de seleção de magistrados, juízes e promotores. “Como faz mal a nossos povos este ‘vírus’ social chamado corrupção”, afirmam os bispos peruanos em declaração.

Cidade do Vaticano

Dar uma contribuição para a reforma do sistema judiciário, a fim de diminuir toda forma de violência: esse foi o objetivo do encontro do arcebispo de Trujillo e presidente da Conferência Episcopal Peruana, Dom Héctor Miguel Cabrejos Vidarte, com os membros da Comissão para a reforma da Justiça, nomeada dias atrás pelo Presidente do Peru, Martín Albert Vizcarra Cornejo.

Situação requer mudanças estruturais do Judiciário

A Comissão foi instituída após a difusão de alguns áudios que demonstrariam o envolvimento de alguns membros do Conselho Nacional da Magistratura (CNM) e do poder Judiciário em atos de corrupção.

Salvaguardar o Judiciário e o patrimônio moral do país

No dia 11 deste mês de julho os bispos publicaram uma longa declaração intitulada “A corrupção é um ‘virus’ social que infecta tudo”, na qual se expressa a necessidade de salvaguardar a instituição e o patrimônio moral do país, além da disponibilidade da Igreja a colaborar diretamente nessa tarefa.

Direito de saber a verdade

“Todos temos o direito de saber se o que os áudios revelam em relação a membros do Conselho Nacional da Magistratura e do poder Judiciário é uma exceção ou revela aquilo que acontece geralmente em nosso sistema judiciário”, escreve o episcopado.

Nas gravações-áudio, transcritas pela imprensa, se fala de troca de favores, indicações, pressões sobre investigações em andamento. “Não se trata de tomar de mira esse ou aquele magistrado – afirmam os bispos peruanos –, mas de salvaguardar as instituições e o patrimônio moral do nosso país.”

Necessário preservar credibilidade do Judiciário

“Se os fatos não forem esclarecidos, nossa cidadania perderá a confiança e o respeito pelas autoridades judiciárias e pelas respectivas instituições, com resultados nefastos para a convivência democrática no Peru”, acrescentam.

A situação atual “requer mudanças estruturais que os cidadãos esperam há várias décadas”, como o melhoramento do processo de seleção de magistrados, juízes e promotores. “Como faz mal a nossos povos este ‘vírus’ social chamado corrupção”, conclui a declaração da Conferência Episcopal Peruana.

(L'Osservatore Romano)

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25 julho 2018, 16:17