Turista tira foto junto à cerca que divide as duas Coreias, repleta de fitas com pedido de paz Turista tira foto junto à cerca que divide as duas Coreias, repleta de fitas com pedido de paz 

Coreia: jovens peregrinos à zona desmilitarizada escrevem ao Papa

Com o objetivo de educar para a não-violência, a Arquidiocese de Seul organiza desde 2016 a Peregrinação Mundial da Juventude pela Paz à DMZ, também chamada de "O vento da paz". A Missa conclusiva da iniciativa também foi concelebrada por um sacerdote brasileiro.

Cidade do Vaticano

"Vimos que não pode se ser agentes de paz se não vivemos juntos, se não  aprendemos algo de novo e enriquecedor das nossas muitas diferenças, deixando-nos interpelar pelas novidades que outros nos dão a partir de suas vidas e culturas. A paz não é construída pelos esforços de um indivíduo ou de um único povo, mas ela nasce da graça de Deus e da solidariedade e comunhão entre todos".

Foi o que escreveram ao Papa Francisco os jovens que participaram da terceira edição do World Youth Peace Pilgrimage to Dmz, a peregrinação à zona desmilitarizada de 248 km de extensão e 4 metros de largura que divide há mais de sessenta anos a Coreia do Sul e do Norte.

Semeando paz e unidade

 

"Queremos presenteá-lo com os frutos de nossos dias vividos juntos - lê o texto - e humildemente pedir a sua bênção sobre nós. Estamos confiantes de que a bela iniciativa desta peregrinação irá fecundar a península coreana, os países dos quais somos provenientes e o mundo inteiro, com novas sementes de paz e unidade e que eles darão muitos frutos em nossas vidas e na vida da Igreja e da humanidade" .

Jovens de 16 países

 

Cerca de uma centena de jovens de dezesseis países da Ásia, África, América e Europa, participaram da iniciativa,  caminhando juntos ao longo da zona desmilitarizada, rezando pela paz na península coreana, partilhando a sua preocupação com os muitos conflitos no mundo.

Após a cerimônia de abertura na Catedral de Myeongdong em Seul, os participantes tiveram um encontro com o ministro da Unificação, Cho Myoung-Gyon, visitaram o museu DMZ e animaram uma vigília de oração durante a noite.

Pequenos gestos podem mudar o mundo

 

Nos dias sucessivos uniram-se aos jovens peregrinos o arcebispo Alfred Xuereb, núncio apostólico na Coreia, o cardeal Andrew Yeom Soo-jung, arcebispo de Seul, o bispo auxiliar Petrus Chung Soon-taick e monsenhor Francis Xavier Yu Soo-il, ordinário militar na Coreia: todos rezaram pela paz e a reconciliação da península coreana.

"Não é algo grandioso que mude o mundo. Mas o teu olhar afetuoso, as mãos amigáveis e as palavras encorajadoras são os pequenos gestos que provocam uma grande mudança no mundo. Eu espero que vocês possam ser os apóstolos que levem paz ao mundo", disse o cardeal Yeom Soo-jung.

Educar para a não-violência

 

A peregrinação mundial da juventude  pela paz concluiu-se com uma Missa presidida pelo padre  Achille Chung, presidente do Comitê para a Reconciliação Nacional da Arquidiocese de Seul e organizador da peregrinação, acompanhado por quatro jovens sacerdotes do Brasil, México e Indonésia.

Desde 2016 a Arquidiocese de Seul organiza a Peregrinação Mundial da Juventude pela Paz à DMZ, também chamada de "O vento da paz", com o objetivo de educar para a não-violência.

Solidariedade entre os povos

 

"Nestes dias - escreveram na carta a Francisco – a solidariedade entre povo coreano e representantes de muitos outros povos do mundo, consolidou em nossos corações um desejo e um maior compromisso de ser agentes de paz em nossos respectivos países. De fato, a palavra "paz" adquiriu um valor e um significado ainda mais profundo para nós: sorriso, felicidade, alegria, reconciliação, perdão, comunhão de vida em meio à diversidade. Nós, jovens coreanos e não-coreanos, asiáticos, africanos, europeus e latino-americanos, cristãos e não-cristãos, queremos agradecer-lhe pelo seu olhar de predileção para os jovens. Neste importante e histórico ano do Sínodo dos jovens, peregrinamos também impulsionados pela sua confiança e esperança em nós e em nossa missão na Igreja e no mundo".

(L'Osservatore Romano)

 

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28 agosto 2018, 11:43