Indiana desolada dentro de sua casa em Ernakulam, distrito de Kochi Indiana desolada dentro de sua casa em Ernakulam, distrito de Kochi 

Igreja na Índia solidária com vítimas de inundações em Kerala. Mortos passam de 300

O número atualizado de mortos aumentou para 324. Há cerca de 223.000 pessoas deslocadas no Estado; 80% do território não tem eletricidade; os ventos atingiram até 60 km / h. O secretário geral da Conferência Episcopal dos Bispos Indianos, Dom Theodore Mascarenhas, convida a uma análise das causas da inundação: "Muitas vezes a destruição do meio ambiente é obra do homem".

Cidade do Vaticano  

A Conferência dos Bispos da Índia (CBCI) une-se ao sofrimento das famílias das vítimas das enchentes em Kerala e reza pelas almas dos mortos e pelos sobreviventes. Ademais, "aprecia o pronto e eficiente trabalho realizado pelas autoridades locais e estaduais, bem como o forte e imediato apoio prestado pelo governo da União".

Em síntese, este é o teor do comunicado assinado pelo secretário geral da CBCI, Dom Theodore Mascarenhas. Em nome de todos os bispos indianos, o prelado "compartilha a angústia do povo afligido por este enorme desastre natural", enfatizando "a solidariedade demonstrada e a ajuda fornecida”, que foi capaz de “superar todas as divisões políticas e religiosas, ou a pertença de classe”.

Mortos passam de 300

 

Enquanto isso, o balanço dos mortos da catástrofe que atingiu a costa sul da Índia continua a subir.  No twitter, o ministro-chefe do governo local, Pinarayi Vijayan, informa que os mortos são 324, naquela que é considerada como “a pior inundação do século”. Ele pediu ao governo central uma ajuda imediata de 12,2 bilhões de rúpias (152,4 milhões de euros), incluindo os 8,2 bilhões de rúpias já alocados (102,4 milhões de euros).

Fontes oficiais da Autoridade de Gestão de Desastres do Estado (Sdma) relatam que nos 14 distritos de Kerala, cerca de 223 mil pessoas tiveram que abandonar suas casas e se refugiar em 2.000 acampamentos improvisados para os receber.

As violentas chuvas inundaram centenas de povoados, muitos deles levados pela fúria das águas; cerca de 10 mil quilômetros de estradas e milhares de casas foram destruídas; quase 80% do Estado está sem eletricidade desde que o Departamento de Eletricidade (Kerala State Electricity Board, Kseb) suspendeu o fornecimento em ruas e prédios alagados.

Em algumas áreas, os ventos atingiram 60 km/hora e 41 rios (de um total de 44) ultrapassaram o nível de alerta. Para aliviar a pressão do fluxo, as autoridades ordenaram a abertura de mais cinco barragens, atingindo um total de 39 reservas de água.

Diante desta situação “extremamente grave”, o governo enviou centenas de militares para participarem nas operações de resgate, com o uso de 30 helicópteros e 320 embarcações. Na noite de sexta-feira, o premier Narendra Modi sobrevoou as áreas inundadas.

A solidariedade da Igreja Católica

 

Além dos esforços do governo, Dom Mascarenhas enfatiza que "a Igreja Católica está a campo através da Caritas Índia, seu braço social de misericórdia e caridade. Nossos bispos, padres, freiras e voluntários leigos locais estão envolvidos nas operações de resgate e socorro. Em várias dioceses, as autoridades eclesiais abriram as escolas e outras instituições para acolher pessoas deslocadas e estão distribuindo alimentos, roupas e materiais de assistência. Muitas paróquias, escolas e instituições da Igreja tornaram-se centros de primeira assistência para pessoas necessitadas".

O secretário dos bispos lança um apelo "a todas as pessoas de boa vontade no país e em todos os lugares para ajudar nossos irmãos sofredores". Ademais, ele também convida para que as causas deste verdadeiro dilúvio sejam analisadas, e sejam adotadas “soluções urgentes para preservar o meio ambiente e evitar danos ecológicos adicionais à nossa casa comum, a Mãe Terra". Ao concluir, recordou que "muitas vezes a destruição é consequência da ação humana".

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Inundação em Kerala é considerada a pior do século
18 agosto 2018, 10:09