Papa Francisco “trouxe um ar fresco” e “tocou o coração das pessoas"
Domingos Pinto - Lisboa
“Teremos de ver se este convite ao Papa é simplesmente para atrair a atenção, ou se há, de facto, alguma vontade de mostrar alguma abertura no setor religioso”.
É a expetativa do Reitor da Universidade Católica de Macau a respeito do recente convite do Presidente da Coreia do Norte ao Papa Francisco para visitar aquele país asiático.
Ao portal da Santa Sé, o Padre Peter Stilwell diz que “não é fácil perceber como o regime da Coreia do Norte poderia conviver com aquilo que são as necessidades das comunidades cristãs de alguma autonomia e de liberdade em termos de desenvolvimento, saúde, trabalho de evangelização, de ensino, de aprofundamento da sua identidade”.
Já sobre a Coreia do Sul, o sacerdote português diz tratar-se de “um fenómeno único no sentido que o crescimento, o desenvolvimento religioso, nomeadamente nas comunidades cristãs, pentecostais, protestantes e católica têm vivido um crescimento espetacular em termos de conversões”.
O reitor da “Católica” de Macau espera que o recente acordo entre Pequim e o Vaticano possa ter impacto na própria Universidade, ou seja, a possibilidade de acolher alunos oriundos da China.
“Fizemos um pedido para alunos das áreas de mestrado e vamos ver como é que é a resposta das autoridades”, diz o padre Peter Stilwell que sublinha o trabalho que está a ser feito pela 1ª Universidade Católica em território da República Popular da China que já conta com 1400 alunos oriundos de 42 nacionalidades.
O antigo vice-reitor da Universidade Católica Portuguesa destaca ainda o “difícil” pontificado do Papa Francisco, que “aceitou aquilo que era um cargo pesado”.
Um Papa que “trouxe um ar fresco vindo da América latina, de estilo, de contato popular que imediatamente tocou o coração das pessoas”, explica o sacerdote que está preocupado com os casos de pedofilia na igreja e que devem ser denunciados e investigados.
“Julgo que haverá também alguma vontade de atingir a igreja católica”, alerta o reitor da “Católica” de Macau que lembra que ” a igreja sempre saiu fortalecida destes desafios que esporadicamente acontecem ao longo da história”, porque “ela repensa-se à luz do Evangelho e encontra formas de se purificar e de levar por diante uma nova etapa da sua presença no mundo”.
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