Do Sínodo dos jovens à JMJ: Jesus acompanha e ajuda a discernir
Padre Douglas de Freitas Ferreira - Cidade do Vaticano
Caros amigos e amigas ouvintes da Rádio Vaticano: Bem-vindos ao nosso sexto programa da série que pretende ajudá-los na leitura do documento final do Sínodo dos Jovens. Estamos fazendo pequenos resumos das partes e dos capítulos que, como vemos a cada programa, é repleto de indicações para o trabalho com a pastoral da juventude. Hoje falaremos dos capítulos três e quatro da segunda parte que, como temas, nos propõe: A Missão de Acompanhar e A arte de discernir.
No terceiro capítulo - a missão de acompanhar - os padres percebem que o mundo atual oferece muitas e diversas possibilidades de escolha para a vida e, por isso, o discernimento vocacional tende a ser delicado, portanto, acompanhar alguém no discernimento vocacional - e por que não dizer nas dinâmicas da vida - não se reduz a dizer boas palavras, mas requer presença, partilha e a disponibilidade de caminhar juntos. Os padres Sinodais alertam que para o correto acompanhamento é necessário considerar e integrar a dimensão pessoal/personalizada e a comunitária; ambas modalidades, complementares entre si, abraçam a totalidade da pessoa.
O documento final aponta que no processo de acompanhamento, uma vez que deve considerar a totalidade totalidade da vida e o contexto em que cada pessoa vive, muitos agentes desempenham também papeis decisivos como os professores, os líderes comunitários, etc.. Acompanhar, portanto, não é, repito com o documento, dizer bonitas palavras, mas é estar presente e compartilhar com a pessoa a estrada da vida.
No quarto capítulo, A arte de discernir, os padres apontam que o acompanhamento - como dito acima - ajuda no discernimento. A tradição cristã considera que discernir é reconhecer, pessoalmente ou comunitariamente, qual a vontade de Deus em determinada situação, e abraçá-la. O método para o correto discernimento é múltiplo graças aos diversos carismas que o Espírito Santo suscitou na história da Igreja. Algumas características, no entanto, são comuns: o reconhecimento da ação de Deus na vida de cada pessoa e na história, o reconhecimento da ação do Espírito; a necessidade de rezar; de receber e viver os sacramentos; da ascese, da leitura da palavra; do exame de consciência e, por fim, do acompanhamento.
Os jovens participantes do Sínodo apontaram aos Padres que o discernimento é difícil por que acontece dentro do drama da vida, e escolher a vontade de Deus não é simples é nesse momento o documento abre uma reflexão sobre a consciência que o Concílio do Vaticano II define como o núcleo secreto e o sacrário do homem, onde ele está sozinho com Deus, de quem a voz ressoa na intimidade.
Ter consciência não quer dizer: eu faço aquilo que quero! Uma pessoa cristã consciente se dirige segundo a verdade revelada por Deus na história da salvação, comunicada com gestos e palavras na vida, paixão, morte e ressurreição de Jesus e que na Igreja - através da tradição e do magistério - conhece a plena mediação, e em cada ação fazendo uso da virtude da prudência. A consciência bem formada, portanto, é capaz de ajudar no correto discernimento da vontade de Deus que para o cristão é assumir, com a graça do Espírito Santo, a vida de Jesus.
Obrigado pela sua presença no nosso programa de hoje, até o próximo sábado.
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